Sobreviver e ter sucesso, uma vida com
significado. Eis a questão! E, já que o mundo nos deu uma trégua esse é um
importante momento para renascer.
Ao longo desse ano realizando esse mergulho, vivi várias
experiências, algumas com muitas alegrias, o encontro com meu pai, a semana que
passei em Rolim de Moura em companhia de minha família, com minha mãe, tia,
tio, primo e minha prima afilhada e com os amigos do meu tio. Um momento tão
bom que posso eleger um dos melhores do ano. Como é bom estar em casa. Mas
também atravessei cavernas, escuras de minha alma, sofri, chorei, me busquei,
aprendi, amei, perdi, fiz uma melhor amiga, perdi a melhor amiga, sai ferido,
uma costela se quebrou no caminho e quase pensei que realmente o meu mundo
tivesse chegado a fim, é tudo foi muito intenso. Em um balanço acurado posso dizer que estive em muitos recifes com lindos corais e de infinitas cores, afinal mais de oitenta por cento do ano foi explendoroso, muitas conquistas e alegrias. O mais nobre de tudo é que posso
concluir que a felicidade permanente vem do tratamento das causas que
fundamentam o sofrimento.
Mais uma vez tomo consciência de que quando você não
administra seus estados emocionais é escravo deles. O impulso por sobrevivência
quando não alinhado com nosso “interior sagrado” nos conduz com mais força na
direção da infelicidade do que da felicidade.
De onde vem a força que nos convida a reagir, a abrir os
olhos, a sair do ermo recôndito da tristeza e avançar, - ela vem da
AUTOCONFIANÇA. No lugar de repetir de modo compulsivo, as mesmas experiências
na tentativa de vivenciar estados temporários de felicidade, podemos treinar
nossa mente para reconhecer aceitar e repousar a nossa alma em uma experiência
mais duradoura de paz e contentamento.
Quando alcançamos a convicção de que foi bom ter nascido
neste mundo, nasce a verdadeira alegria de viver.
Escolhendo a Felicidade
Observe uma criança, brincando no tablete de seu pai, obcecada
para terminar o jogo e ganhar mais pontos. Desde essa tenra idade a gente já
percebe como os jogos são viciantes, e entorpecem e escondem nossa direção.
Então agora olhe para a vida de um adulto, e veja como todas as carências,
paixões, ilusões financeiras e todas as mazelas que tratamos ao longo de todos
os posts nesses mares também é um jogo, um
tabuleiro um pouco maior que entorpece a nossa natureza divina e nos
impede de manifestarmos nossa potencialidade.
Conforme vimos até aqui uma vez que você se compromete a
“curar a sua alma”, inevitavelmente você começara a ver mudanças em sua
experiência cotidiana.
O melhor de tudo, é que uma vez que você começa a ver o seu
potencial, você também começa a reconhecer esse mesmo potencial em todos que o
cercam. E assim, aos poucos as coisas que costumavam a assombrar você perdem o
poder de perturbá-lo. Você se torna intuitivamente mais sábio, mais
descontraído e mais aberto. Passa a reconhecer os obstáculos como oportunidades
de crescimento, e mais ainda seu senso ilusório de limitações e vulnerabilidade
aos poucos vai se dissipando, e descobre nas profundezas do seu ser a
verdadeira grandiosidade de quem você é.
Escolhemos a tristeza porque podemos escolher, mas agora sua
pratica deve ser a simples aspiração de melhorar. Não é difícil reconcilia-se
com sua história com sua Vida, e de quebra sempre terá essa autoconfiança que o
irá impelir a vencer, em quaisquer circunstância, mesmo em um ano em que o fim do
mundo se revelou para você.
O ponto essencial da cura, é a descoberta do amor. O
despertar do seu amor para os seus pais.
Em o livro: “O amor entre pais e filhos” de autoria do
Professor Seicho Taniguchi, podemos compreender através dos inúmeros relatos de
pessoas que transformaram suas vidas, pela reconciliação com sua história, que
fica evidente que o caminho é o amor incondicional.
No mesmo livro o autor nos ensina que quando nascemos neste
mundo, recebemos da Vida, dois ingredientes que são indispensáveis para o nosso
amadurecimento. Todo mundo recebe na medida da dosagem exata da necessidade de
cada um. Cada um recebe aquilo que necessita receber.
Um ingrediente é o amor, e o outro é a disciplina. Geralmente o amor, vem no papel da mãe, e a disciplina na função do pai. Embora possa alternar-se mas o fato é que recebemos o que precisamos receber. Alguns claro, necessitavam de mais disciplina e puderam experênciar diversos revezes, outros porém receberam mais amor.
Quando falo de disciplina você pode apertar a tecla “sap.” e
ler também como aquele surra, aquele abandono, aquele maltrato, de um certo
modo foi necessário. Estava dentro da nossa necessidade, como parte do pacote
que nos leva ao amadurecimento.
Na ausência de um desses dois elementos, a Vida é justa
ainda assim ela vai realizar um arranjo para que a gente possa receber o que
necessitamos, ou na figura de um avô, de uma tia, ou mesmo de um irmão mais
velho, de uma professora, do padrasto, que segundo o ensinamento da Seicho-No-Ie
é apenas alguém realizando a função de “Pai Espiritual”, a continuação da
função PAI. Desta forma você recebeu o que você precisava receber.
Após essa etapa de solver, passamos para uma outra faze. A
RUPTURA.
Algumas pessoas vivem essa experiência aos nove anos, aos
quinze, enfim a questão aqui é que existem muitas pessoas na vida adulta, que
ainda não passaram por essa ruptura. E quando olham para sua vida, convivem com
a sensação que algo está errado, que o seu nascimento foi um erro. Que nunca
foram amados, e por aí vai. Basta ler todos os post anteriores que vamos
perceber o quanto – a não ruptura – pode trazer inúmeros problemas.
Essa faze é quando começamos a caminhar com as nossas
pernas. Nesta etapa tomamos conhecimento de que tudo é de nossa inteira
responsabilidade. Que parte de nós e que depende de nós. É neste momento também
que compreendemos que se temos a sensação de que não recebemos é porque no
fundo a gente precisa doar.
Aqui o amor segue sendo a mola mestra de nossa vida, e a
disciplina se transforma em sabedoria, que cura as feridas dos espinhos e nos livra das tempestades e mares poluídos.
Mas como viver essa ruptura?
Nascemos neste mundo com a permissão de
Deus, pelos laços cármicos escolhemos os nossos Pais, escolhemos onde nascemos,
e tudo o mais que possa vir no pacote. Tudo como oportunidade para o encontro
com o nosso “eu” mais profundo expresso na figura do outro.
Dentre todas as definições para VIDA, já
comentei aqui que uma das quais mais aprecio é quando a Seicho-No-Ie nos ensina
que a VIDA, é uma escola.
Só que precisamos compreender que nós, já
viemos de uma outra escola, e já cursamos outras disciplinas. Passamos até por
inúmeras escolas. E nascer onde estamos é justamente uma das oportunidades para
graduar-se em disciplinas negligenciadas no passado. Dai então que os laços
sanguíneos que nos unem, a família, os amigos, nosso trabalho sempre irá
funcionar como um mundo de limites para nossa graduação. E nossa primeira etapa
nesta vida, as lições primárias porém
mais fundamentais encontram-se no elo entre pais e filhos. No amor que
se manifesta entre meio, está minha cura, e também minha
reconciliação mais profunda incluso dos erros cometidos em outras escolas,
melhor frisando em outras vidas.
O primeiro passo, para um viver pleno está
em reconciliar-se consigo, que significa dizer, reconciliar-se com seu
nascimento como ser humano na face da Terra. E, isso se dá na reconciliação com
seus Pais.
Lembre-se se você não recebeu talvez para
graduar-se com maestria você precise doar.
Preste atenção nesta narrativa, ela é
fictícia porém é baseada em fatos reais no exercício da orientação pessoal:
- Um dia dois amigos, no final de um
expediente resolveram tomar uns “birinaites”. Tratava-se de dois engenheiros
altamente renomados com diversos prêmios internacionais e de dois grandes
amigos. E assim iniciaram o seu “happy-hours” mandando ver nos drinques. Bem o
grande problema aqui, não é o que entra. Mas sim o que se tem dentro. Dentro da
caixa de pandora que é o seu subconsciente. Uma bebida com amigos pode até ser um
momento de convívio social. Mas dependendo do conteúdo da caixa de pandora,
tudo pode se perder. Sendo assim, já que você não sabe o que possa ter em sua
caixa de pandora, deixo uma advertência: não beba.
Mas nossos dois amigos, seguiram em sua
trajetória, até que um deles, provavelmente ao acessar a sua caixa,
começou a lamentar-se alegando possuir uma grande dor na alma. Só pelo fato de
estar vivo, ele sentia essa dor. Assim tomou a decisão de contar um grande segredo, apesar de ser bem sucedido, ele convivia com uma dor
na alma.
Mas ele sabia, de quem era a culpa e assim foi logo dizendo que tudo
era culpa de seu pai. Um pai sempre ausente. Um pai que só importava com
seus irmãos. Um pai, que nunca o elogiou que sempre se manteve distante. Sua
vida foi marcada por inúmeras tentativas de receber o reconhecimento do
pai, mas tudo em vão. Ele chegou a ser laureado como melhor aluno na Universidade,
ofereceu o prêmio para o pai, que não compareceu na solenidade. E toda vez que
ele entrega uma grande obra, sempre espera que o pai, passe pelo local
e pelo menos reconheça: esse projeto tem a participação de meu filho. Mas isso
nunca aconteceu. Assim ele convive com essa dor na alma, por estar vivo, e, a
culpa é do pai.
Logo depois do amigo, ter aberto o coração
o outro já lá com sua alma também totalmente aberta começou a chorar, dizendo que
também tinha uma dor na alma. Afinal os semelhantes se atraem e como não
poderia ser, os dois compartilhavam dos mesmos sentimentos. E o amigo também foi
logo falando ser possuidor de uma dor tamanha, e que também sabia de quem era a
culpa. E a culpa era do seu ....pai.
Só que com ele foi diferente: -
eu mau saí das fraldas e meu pai, foi me deixar na escolinha, entrei naquela
sala, um ambiente inóspito, lembro-me de chorar muito, eu não queria estar ali,
mas o que mais me doía era o fato de olhar pra porta e lá ver meu pai acenando
pra mim.
E assim, foi toda a minha vida, eu nunca
brinquei como uma criança normal, pois eu chegava da escola e meu pai, logo
perguntava você tem alguma tarefa meu filho? Então só vai sair para brincar
quando terminar a tarefa. Quando eu terminava meu pai me dava mais tarefa.
Aos onze anos meu pai, me deixava na porta
do colégio e beijava minha bochecha. Aos quinze me buscava na casa de minha
namorada. E assim, foi a minha vida inteira.
E toda vez que tenho um grande trabalho,
quando entrego, lá está o meu pai acenando pra mim. Viver dói e a culpa é de
meu pai. Veja bem, duas carências paternas. E o que podemos notar nessa narrativa?
Um que recebeu e o outro que não recebeu.
A questão não é se você recebeu, ou se você
não recebeu, o que vai implicar na sua história de vida, é a resposta que
você dá.
A resposta que você dá é que faz a
diferença.
Não é o que o outro fez. Mas sim como você
se colocou diante do que você recebeu.
Deste modo se viver dói, ainda assim para
não buscar inúmeras válvulas de escape como todas vistas até esse post, precisamos
nos reconciliarmos com quem somos. Com o que recebemos, com nossas respostas,
com nossas escolhas.
Mais uma vez, volto a frisar se você não
recebeu, quem tem que dar é você. E, agora se você recebeu e isso lhe fez mau,
você precisa aceitar ser amado. Se não foi amado, ame, se foi amado, e lhe
incomodou retribua o amor, para sentir-se pleno.
Deste modo, é que se passa pela ruptura.
E nesta graduação já estamos caminhando com
nossas próprias pernas. Somos capazes de fazer escolhas conscientes. Somos
capazes de conviver com nossa divindade, e não mais nos preocupamos com nossas
ilusões.
O professor Seicho Taniguchi nos ensina que
não importa a idade, mas que, quanto mais agradecemos os nossos pais, mais nos
tornamos adultos perfeitos e o resultado desta gratidão é um futuro promissor.
Se um dia o seu pai, encontrou a sua mãe, e
deste encontro você nasceu. A missão foi cumprida. O que você vai fazer daqui
para frente é que vai fazer a diferença na sua vida, não foi o que os seus pais
fizeram. Se seus pais também se separaram, perceba de um modo mais profundo: o
carma é dos seus pais – não tem nada a ver com você.
Seu pai, ainda que você não conheça, ainda
que se perca, ele é o seu pai. E está em agradecer a este pai, a amar este pai a
grande vitória da sua vida.
Se sua mãe, lhe abandonou, nada disso tem
importância, aonde quer que ela esteja que possa receber o seu amor, a sua
gratidão, esse deve ser o seu sentimento.
Seus pais estão dentro de você. Ao começar
a agradecer, você irá movimentar a sua energia, a energia da sua Vida, a
energia que lhe conduz ao sucesso, e a autoconfiança.
As vezes dependendo das dificuldades que
nos encontramos precisamos perdoar os nossos pais, para depois poder manifestar
sentimento de gratidão.
Quando conseguimos dizer: Papai Muito
Obrigado. Mamãe Muito Obrigado, podemos dizer que estamos amando os nossos
pais. E essa é a virada, essa é a cura de todos os nossos males. Tratamos em
muitos momentos na superficialidade, mas temos que descer no recôndito da nossa
alma para viver a grande reconciliação. E ela está em manifestar amor para com
os nossos pais.
É comum algumas pessoas por terem vivido
até uma vida do ponto de vista da moral, boa com seus pais, não conseguirem
entender a importância da gratidão aos pais.
Há casos que a ausência do sentimento de
gratidão é o pior inimigo. A falta de compreensão, a incapacidade de ouvir o
outro, de acolher suas histórias, a necessidade de firmar-se como centro, como
adulto, gera um grande vazio que não se explica e não se cura com nada neste
mundo. Se trilha caminhos terapêuticos, busca-se o amor no outro, obtém-se até
sucesso como profissional, mas vira e mexe é perseguido, sofre reveses e não se
entende o por que de tantos acontecimentos ruins.
Falta manifestar amor, compreenda: o amor de Deus, só
pode ser experenciado no amor que manifestamos aos nossos pais. Quando
reverenciamos nossos pais, como Deus, podemos saber o que é de fato amor, nos
ensina a Seicho-No-Ie, e neste momento somos livres de todas as dores.
Bem deixando agora esse oceano,
aproveitando que estamos recebendo um mundo novo, vamos intensificar ainda mais
nossa gratidão aos nossos pais.
Você pode pegar um caderno, desses
escolares com dez matérias, e escreve-lo todo: Papai Muito Obrigado, Mamãe
Muito Obrigado. Você também pode pegar um quilo de feijão, e a cada feijão de
um lado para o outro, você pode fazer essa pratica, e dependendo da
gravidade dos seus sentimentos neste momento se são confusos, ausentes, ou
mesmo se você estiver vivendo qualquer um
dos problemas que tratamos neste mergulho, aproveite essa pratica para
fazer a oração do perdão.
No inicio pode ser desconfortante, mas
lembre-se a prática ela é mecânica o resultado é no cotidiano. Além do mais
quem inicia a pratica é a boca, mas tão logo ela toque o coração sua vida ganha
um novo significado.
Leia o livro Buscando o amor dos Pais, (www.sni.org.br/livrariavirtual) e aproveite essa
leitura como pano de fundo para intensificar ainda mais sua gratidão.
Já que o mundo não acabou vamos juntos dar
um novo significado ao nosso mundo através do amor aos nossos Pais.
Lembre-se: quanto mais você agradece aos
seus pais, mais você se torna um adulto perfeito e tem um futuro promissor.
Descompensando, voltando a superfície.
Fim do mergulho!
Reverências,
Ariovaldo Adriano Ribeiro
fotos by Ariovaldo Ribeiro