Vigiai, orai e Meditação Shinsokan
"Vigiai e Orai, para não cairdes em tentação".
(Mateus, 26,41).
(Mateus, 26,41).
O professor Masaharu Taniguchi, fundador da Seicho-No-Ie em sua obra A Verdade da Vida, volume 8, nos ensina que aquele que vive sem a consciência de estar sendo vivificado pela Vida de Deus, pela Vida que rege o universo, vire e volta se cerca de melancolias, ou algum tipo de tristeza.
Isso é o resultado de uma vida, voltada para os princípios materialistas, individualistas e sobre tudo egoísta.
Ainda que tudo isso aconteça, no âmbito pessoal, podemos dizer que a imensa maioria das pessoas vive mergulhada em si e em suas respectivas rotinas e como cegas pelas auguras dos sofrimentos debatem-se sem encontrarem forças ou mesmo esperança para uma vida livre.
Cegas em si, praticam o mal na ignorância do desconhecimento da Verdade.
O conformismo e a ilusão as impedem da comunhão com o Sagrado, com qualquer padrão de conduta que possa trazer lhes trazer a humanização em seus atos palavras e praticas, e em sua capacidade de lidar com o destino.
O tempo todo nós somos bombardeados por uma série de informações negativas, somos envoltos em vibrações negativas, e arrastados pelas vibrações negativas, nos sentimos sem forças e vivemos como que sugados por algo sem forma, uma vida completamente insípida e sem sentido.
A pergunta sempre é como manter-se na lucidez? Como interpretar corretamente os fatos? Como lidar com o cotidiano sem cegar-se?
Em minhas reflexões há muito venho me indagando a respeito de todos esses fatos.
Já vivi tantas crises, que posso chegar aos 40 sendo apenas feliz. Busquei tanto e no final encontrei a mim mesmo.
Deveria ter feito este caminho mais cedo, mas ponderando cada angústia, hoje sinto que tudo foi perfeito.
São tantas coisas que eu gostaria de agradecer em minha vida que me perco até em minhas memórias nas inúmeras bênçãos que já recebi como um humilde praticante do Ensinamento da Seicho-No-Ie.
E como praticante posso concluir a importância diária, do orar, da comunhão e da fusão com o Sagrado e, sobretudo da importância que qualquer prática religiosa deva antes do formalismo nos possibilitar sermos pessoas melhores para si, para o bem do próximo e para o cuidado com o planeta.
Se orar é importante não podemos nos esquecer do vigiar.
Nascer na terra é um privilégio e uma grande oportunidade. Podemos comparar o nosso nascimento como a matricula de uma escola, só que na escola da vida chamada Terra.
E, assim também como em uma escola com disciplinas, professores e provas decisivas para a conclusão de curso e avanço na carreira, na “escola da vida” também passamos pelas mesmas experiências tais como professores, disciplinas e provas.
Daí que os laços sanguíneos que nos unem os laços afetivos de amizade que nos unem, o local onde nós estamos, onde trabalhamos e residimos, funciona como um mundo de limites estrategicamente alocado a nossa volta para que em contato com o outro aprendamos as grandes lições. É em nosso ambiente que nos deparamos com o nosso maior mestre – o grande mestre chamado ambiente.
Diferentes escolas religiosas e espiritualistas na atualidade já nos alerta a respeito das mais terríveis tentações ocultas no sombrio de nossa individualidade.
E o que isto significa? A verdade é que quando nascemos neste mundo trazemos conosco, nas camadas profundas do subconsciente, todos os erros e mazelas cometidas em outras épocas.
Como temos o esquecimento do passado, a sua percepção ocorre pela intuição e pelo sentimento. A simples presença de adversários de outras épocas, às vezes até na figura de nosso pai ou até de nossa mãe, ou mesmo irmão ou colegas de trabalho, faz ecoar dentro de nós o ódio, a vingança, o repúdio.
E em chegando a hora propicia, respeitando o tempo e a compreensão os limites de cada um o grande mestre chamado ambiente se manifesta nos convidado a conversão das nossas atitudes. Como tudo está dentro de você, à providência divina nos oferece lições precisas para o nosso aprimoramento e crescimento espiritual, não há como fugir de si. Não existe uma rota de fuga, aonde quer que você vá, o seu conteúdo interno constrói os mais diversos enredos no seu cotidiano, acompanha você.
Assim tudo vem do passado, entretanto é no atual presente que temos a oportunidade de nos graduar das lições negligenciadas no passado.
Por isso a vigilância.
Para não ser arrastado pelas ondas bravias dos carmas do passado, de atos cometidos na ignorância do desconhecimento da verdade é imprescindível a vigilância.
Na Seicho-No-Ie essa tarefa pode ser realizada através da participação espontânea como voluntário em suas atividades, através da pratica de dedicação de amor ao próximo, através da leitura constante dos livros desta filosofia que nos convida a reflexão e ao despertar para a Verdade a cerca de nossa hereditariedade Divina.
Uma vigia consciente, que nos concede os méritos da lucidez.
Outra atividade importantíssima para o adepto da Seicho-No-Ie viver livre é a pratica da Meditação Shinsokan.
Esse conjunto de ações dedicação + leitura + Meditação purifica as camadas mais profundas do subconsciente nos proporcionando uma afinação com as bênçãos divinas nos libertando das algemas dos erros do passado, além de nos permitir construir uma nova vida livre dos carmas, que independe em sua natureza e pelo fenômeno da conversão, das atitudes mentais, nos possibilita descer nas profundezas da alma e encontrar-se somente com o interior sagrado do homem.
A respeito disso o professor Masaharu Taniguchi, utilizando-se de uma metáfora nos compara há mergulhadores que descendo profundezas do oceano, encontram tesouros e que após essa incursão retornam para a superfície, mas agora, tendo como posse esses tesouros.
Na prática da Meditação Shinsokan visualizamos que somos um com a sabedoria infinita, a luz infinita, a vida infinita que faz viver a todos os seres viventes.
Quando compreendemos profundamente a Verdade, estudada e vivenciada na Seicho-No-Ie, quando vivemos e agimos acreditando nela, não apenas nos libertamos dos mais diversos sofrimentos, como também são curadas as mais diversas doenças, resolvidos os mais diversos conflitos, são solucionados os problemas econômicos, sociais e domésticos, isto porque nos ensina o professor, no livro A Verdade da Vida volume 8, é porque o interior da Imagem Verdadeira do filho de Deus já está provido de tudo.
Aqui também ele nos alerta de que quem não consegue acreditar na Verdade que “a natureza real do homem é filho de Deus,” e no interior dele tudo está contido em quantidade infinita, não consegue se desvencilhar dos carmas negativos e vive como cego cometendo pecados contra si mesmo e contra os outros.
Para quem já é deixo aqui minha reflexão. Orar e vigiar sem descuidar-se da meditação diária e da pratica do bem.
Tomemos consciência que somos vivificados.
Vamos descer nas profundezas.
Lá se encontra o nosso interior sagrado.
Mergulhando,
Ariovaldo Adriano Ribeiro
fotos by Ariovaldo Ribeiro