quarta-feira, 20 de abril de 2011

Vigiai, orai e Meditação Shinsokan

Vigiai, orai e Meditação Shinsokan
"Vigiai e Orai, para não cairdes em tentação".
(Mateus, 26,41).

O professor Masaharu Taniguchi, fundador da Seicho-No-Ie em sua obra A Verdade da Vida, volume 8, nos ensina que aquele que vive sem a consciência de estar sendo vivificado pela Vida de Deus, pela Vida que rege o universo, vire e volta se cerca de melancolias, ou algum tipo de tristeza.
Isso é o resultado de uma vida, voltada para os princípios materialistas, individualistas e sobre tudo egoísta.
Ainda que tudo isso aconteça, no âmbito pessoal, podemos dizer que a imensa maioria das pessoas vive mergulhada em si e em suas respectivas rotinas e como cegas pelas auguras dos sofrimentos debatem-se sem encontrarem forças ou mesmo esperança para uma vida livre.
Cegas em si, praticam o mal na ignorância do desconhecimento da Verdade.
O conformismo e a ilusão as impedem da comunhão com o Sagrado, com qualquer padrão de conduta que possa trazer lhes trazer a humanização em seus atos palavras e praticas, e em sua capacidade de lidar com o destino.
O tempo todo nós somos bombardeados por uma série de informações negativas, somos envoltos em vibrações negativas, e arrastados pelas vibrações negativas, nos sentimos sem forças e vivemos como que sugados por algo sem forma, uma vida completamente insípida e sem sentido.  
A pergunta sempre é como manter-se na lucidez? Como interpretar corretamente os fatos? Como lidar com o cotidiano sem cegar-se?
Em minhas reflexões há muito venho me indagando a respeito de todos esses fatos.
Já vivi tantas crises, que posso chegar aos 40 sendo apenas feliz. Busquei tanto e no final encontrei a mim mesmo.
Deveria ter feito este caminho mais cedo, mas ponderando cada angústia, hoje sinto que tudo foi perfeito.
São tantas coisas que eu gostaria de agradecer em minha vida que me perco até em minhas memórias nas inúmeras bênçãos que já recebi como um humilde praticante do Ensinamento da Seicho-No-Ie.
E como praticante posso concluir a importância diária, do orar, da comunhão e da fusão com o Sagrado e, sobretudo da importância que qualquer prática religiosa deva antes do formalismo nos possibilitar sermos pessoas melhores para si, para o bem do próximo e para o cuidado com o planeta.
Se orar é importante não podemos nos esquecer do vigiar.
Nascer na terra é um privilégio e uma grande oportunidade. Podemos comparar o nosso nascimento como a matricula de uma escola, só que na escola da vida chamada Terra.
E, assim também como em uma escola com disciplinas, professores e provas decisivas para a conclusão de curso e avanço na carreira, na “escola da vida” também passamos pelas mesmas experiências tais como professores, disciplinas e provas.
Daí que os laços sanguíneos que nos unem os laços afetivos de amizade que nos unem, o local onde nós estamos, onde trabalhamos e residimos, funciona como um mundo de limites estrategicamente alocado a nossa volta para que em contato com o outro aprendamos as grandes lições. É em nosso ambiente que nos deparamos com o nosso maior mestre – o grande mestre chamado ambiente.
Diferentes escolas religiosas e espiritualistas na atualidade já nos alerta a respeito das mais terríveis tentações ocultas no sombrio de nossa individualidade.
E o que isto significa? A verdade é que quando nascemos neste mundo trazemos conosco, nas camadas profundas do subconsciente, todos os erros e mazelas cometidas em outras épocas.
Como temos o esquecimento do passado, a sua percepção ocorre pela intuição e pelo sentimento. A simples presença de adversários de outras épocas, às vezes até na figura de nosso pai ou até de nossa mãe, ou mesmo irmão ou colegas de trabalho, faz ecoar dentro de nós o ódio, a vingança, o repúdio.
E em chegando a hora propicia, respeitando o tempo e a compreensão os limites de cada um o grande mestre chamado ambiente se manifesta nos convidado a conversão das nossas atitudes. Como tudo está dentro de você, à providência divina nos oferece lições precisas para o nosso aprimoramento e crescimento espiritual, não há como fugir de si. Não existe uma rota de fuga, aonde quer que você vá, o seu conteúdo interno constrói os mais diversos enredos no seu cotidiano, acompanha você.
Assim tudo vem do passado, entretanto é no atual presente que temos a oportunidade de nos graduar das lições negligenciadas no passado.
Por isso a vigilância.
Para não ser arrastado pelas ondas bravias dos carmas do passado, de atos cometidos na ignorância do desconhecimento da verdade é imprescindível a vigilância.
Na Seicho-No-Ie essa tarefa pode ser realizada através da participação espontânea como voluntário em suas atividades, através da pratica de dedicação de amor ao próximo, através da leitura constante dos livros desta filosofia que nos convida a reflexão e ao despertar para a Verdade a cerca de nossa hereditariedade Divina.
Uma vigia consciente, que nos concede os méritos da lucidez.
Outra atividade importantíssima para o adepto da Seicho-No-Ie viver livre é a pratica da Meditação Shinsokan.
Esse conjunto de ações dedicação + leitura + Meditação purifica as camadas mais profundas do subconsciente nos proporcionando uma afinação com as bênçãos divinas nos libertando das algemas dos erros do passado, além de nos permitir construir uma nova vida livre dos carmas, que independe em sua natureza e pelo fenômeno da conversão, das atitudes mentais, nos possibilita descer nas profundezas da alma e encontrar-se somente com o interior sagrado do homem.
A respeito disso o professor Masaharu Taniguchi, utilizando-se de uma metáfora nos compara há mergulhadores que descendo profundezas do oceano, encontram tesouros e que após essa incursão retornam para a superfície, mas agora, tendo como posse esses tesouros.
Na prática da Meditação Shinsokan visualizamos que somos um com a sabedoria infinita, a luz infinita, a vida infinita que faz viver a todos os seres viventes.
Quando compreendemos profundamente a Verdade, estudada e vivenciada na Seicho-No-Ie, quando vivemos e agimos acreditando nela, não apenas nos libertamos dos mais diversos sofrimentos, como também são curadas as mais diversas doenças, resolvidos os mais diversos conflitos, são solucionados os problemas econômicos, sociais e domésticos, isto porque nos ensina o professor, no livro A Verdade da Vida volume 8, é porque o interior da Imagem Verdadeira do filho de Deus já está provido de tudo.
Aqui também ele nos alerta de que quem não consegue acreditar na Verdade que “a natureza real do homem é filho de Deus,” e no interior dele tudo está contido em quantidade infinita, não consegue se desvencilhar dos carmas negativos e vive como cego cometendo pecados contra si mesmo e contra os outros.
Quem ainda não é praticante desta filosofia estendo aqui o meu convite.
Para quem já é deixo aqui minha reflexão. Orar e vigiar sem descuidar-se da meditação diária e da pratica do bem.
Tomemos consciência que somos vivificados.
Vamos descer nas profundezas.
Lá se encontra o nosso interior sagrado.
Mergulhando,
Ariovaldo Adriano Ribeiro
fotos by Ariovaldo Ribeiro 

sexta-feira, 15 de abril de 2011

No caminho da Verdade


No caminho da Verdade

O despertar de Kawata
- Um dia fui indagado pelo Mestre.
Mestre: Kawata você tem algo que não entende nos ensinamentos da Seicho-No-Ie?
Kawata: Não entendo o que seja despertar para a verdade?
Mestre: Ah, é isso? Não há nada de complicado.
O Ser humano é rico em relatividade. Por exemplo, mão direita e mão esquerda, Deus e eu, ou você e eu, enfim pensamos tudo de forma relativa, considerando que existe distinção entre as partes. Este é o mundo fenomênico. Despertar para a Verdade significa acabar com essas diferenças. Acabando com o conceito de que um é distinto do outro, Deus e eu nos tornamos Um. Mão direita mão esquerda torna-se uma só. Cada qual possuí feições diferentes de outras pessoas, mas somos todos filhos de Deus, vivificados pela mesma vida de Deus.
- Então neste momento compreendi que devia mudar meu ponto de vista e acabar com o conceito de distinção entre todas as coisas, e assim ficou claro o que seja despertar para a Verdade.
Do livro: Vida Vigorosa Ryotaro Kawata, p. 136


Muitas vezes as relações humanas são empobrecidas por serem inevitáveis as interpretações.
Todas as interpretações acontecem nas esferas da nossa própria mente, de modo que eu conheço o outro, a partir de mim mesmo.
Quando você possui uma visão “materialista”, o seu mundo é sempre finito; suas leituras são equivocadas. Para muitas pessoas a vida é como um conglomerado de matéria e adquiriu algumas habilidades por acasos físicos oriundas de experimentos aleatórios, onde em um dado momento a matéria tenha adquirido vida; nesta visão distorcida não existe integridade.
Para esse grupo de pessoas o que vale é a vantagem momentânea.
Uma prática implícita nas ações, mas que fere profundamente todos a sua volta.
Para as ciências humanas o eu sempre será vítima de suas mazelas o que mostra sua fragilidade enquanto ser material.
Ainda que hoje, cada vez mais, a filosofia a psicologia e outras áreas estejam se dedicando na busca de uma vida mais saudável, isso não se concretiza justamente por orbitarem na esfera da leitura do mundo como sendo finito.
Cada vez mais precisamos despertar para a verdade e descobrir de fato o que venha a ser a vida, e o que constitui o viver.
De certo modo precisamos reaprender a viver.
 A Seicho-No-Ie nos ensina que “a matéria não existe”, e nos convida a uma revolução no nosso modo de pensar o mundo.
Essa forma de interpretação já não é muita novidade, mas talvez para outras esta afirmação contradiga suas crenças. Nos dias atuais muitas áreas das ciências humanas já veem explicando que aquilo que é reconhecido no mundo da matéria pelos sentidos humanos não possui existência absoluta. Nem sempre o que enxergamos de fato existe, e se existe não está fora e sim dentro da nossa própria visão de mundo fruto das nossas experiências.
Hoje já é quase inconcebível a visão de uma vida como manifestação do acaso.
Tudo está interligado, todas as ações são frutos das escolhas e até o físico é reflexo destas escolhas. Portanto a própria matéria pode assumir diferentes formas de acordo com a concepção do observador.
Além do que, já é amplamente divulgado o fato de que quando vai se dividindo sucessivamente a matéria, ela vai se desfazendo, dando lugar a um tipo de energia que na forma se manifesta como matéria.
No livro A Verdade da Vida, vol. 2, o Professor Masaharu Taniguchi nos leva a essa dedução sobre a Teoria da Relatividade de Einstein:
Como é do conhecimento do leitor, Albert Einstein, o grande gênio da Física, elaborou a Teoria da Relatividade, segundo a qual através dos cinco sentidos não se pode saber como são realmente as coisas e os fatos, e que estes se apresentam aos nossos olhos sob determinada forma devido à relação existente entre a nossa faculdade perceptiva e o fato observado.
(...) Tanto a duração de tempo como a configuração das coisas no espaço variam conforme a sua relação com os nossos órgãos de percepção. Concluímos então que os sentidos não são capazes de perceber a realidade absoluta ou a essência dos fatos e das coisas.
Este fato está em consonância com o que nos ensina a Seicho-No-Ie quando diz que: “O mundo fenomênico é sombra da ilusão reconhecida através dos nossos órgãos sensoriais que são imperfeitos, não sendo, portanto, a Imagem Verdadeira da existência”. Ou seja, tanto o tempo como as pequenas ou grandes matérias aí existentes, tudo é sentido relativamente através dos órgãos sensoriais dos seres humanos, não sendo, portanto a Imagem Verdadeira.
Também no que se refere às religiões e a medicina, à medida que as pesquisas de  tratamentos  avançam, está ficando claro o estreito relacionamento existente entre o modo de pensar de cada um e as doenças. Por exemplo, na medida em que se torna claro que as funções mentais têm íntima relação com as funções orgânicas do corpo humano, a medicina se questiona sobre “que tipo de mente devemos manter para sermos saudáveis”.
Veja o que o Professor Masanobu Taniguchi diz em seu livro Kokoro de Tsukuru Sekai:
Esta questão de “qual mente manter” é um problema que a moralidade e as religiões vieram tratando, mas à medida que a relação entre a mente e o corpo humano é esclarecida pela medicina, mesmo no campo do tratamento médico está se tornando obrigatório cuidar dos “problemas da mente”. É assim que técnicas como a “meditação” ou “como usar a mente” que eram assuntos tradicionalmente filiados a área religiosa vem sendo incluídas também na área médica, e mesmo as clínicas médicas vêm convidando padres e religiosos para solicitar o “tratamento mental”.
E ainda continua:
Desta maneira, dentro da ciência, hoje considerada como verdadeira manacéia, é observado o fenômeno em que a religião e a ciência (medicina) se fundem, e isso não significa que a religião e a ciência (medicina) estão se conflitando. Muito pelo contrário, a Verdade religiosa pregada pela Seicho-No-Ie, de que a “matéria não existe; o corpo carnal é sombra da mente...” vem sendo comprovada cada vez mais através da ciência ou medicina.
Então como avançar nesta compreensão?
O caminho para avançar na compreensão da vida consiste na reflexão de si próprio, na experiência única de mudar os hábitos e contemplar a alquimia da transformação do seu ambiente e do mundo que o cerca.
Essa reflexão irá nos tirar da interpretação fatalista, irá recuperar nossa integridade.
De um modo bem prático experimente encontrar os pontos louváveis no seu cotidiano e praticar o bem, abençoar os fatos e alegrar-se com elogios para tudo e todos.
Enquanto a busca orbitar na matéria toda teoria de formação da personalidade tenderá a fracassar se não evoluir para o caminho da espiritualidade.
 Possuímos em nosso interior a Vida de Deus, e é essa Vida que nos faz viver.
 Essa Verdade deve ser a nossa busca!
Vamos meditar!
Minhas reverências,
Ariovaldo Adriano Ribeiro
fotos by Ariovaldo Ribeiro