sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Apenas seja feliz

Olá Preletor Ariovaldo, sou divulgador e adepto da Seicho-No-Ie (há uns 5 anos), encontrei no ensinamento a resposta para 95% dos meus questionamentos e minha vida vai muito bem, está equilibrada, plena de felicidade, boas amizades, amor aos meus pais, e tudo aquilo que a vida de uma pessoa necessita para estar bem e feliz.


Parabéns J.
Você comenta que 95% dos seus questionamentos já estão esclarecidos e que possui uma vida equilibrada com boas amizades e possui o respeito e amor pelos seus pais. Realmente isso é muito digno de gratidão. Você é uma pessoa muito abençoada. 

E os outros 5% são parte da nossa caminhada, somos eternos aprendizes nesta escola da vida. 

Minha dúvida tem mais um cunho teórico do que prático. Bom, eu sou gay e o motivo de frequentar a Seicho-No-Ie é que aquela famosa frase "somos TODOS folhos de Deus" causa uma inclusão em todos os tipos de pessoas.

Bem espero poder ajudar a esclarecer essa dúvida teórica.
Porém entenda o seguinte: a convicção de ser Filho de Deus, J. deve vir antes de qualquer rótulo. Eu entendo que você, quer me explicar a questão, mas antes de pensar que é gay, pense primeiro eu sou filho de Deus, é com essa consciência que deve participar da Seicho-No-Ie e não por inclusão. Se pensar ser por incluir todas as pessoas, você já está se vendo como diferente dos demais. Reflita nisso, por favor.

Você não precisa firmar-se, provar, fazer-se entender nada disso.
Precisa apenas ser feliz e ser você. okey! 


Mas, à medida que fui estudando a doutrina, em particular um livro do Professor Seicho Taniguchi o qual não lembro o nome e o "Namoro, Casamento e Maternidade" do Mestre sempre a questão da homossexualidade é abordada como um desvio de conduta, carma negativo ou problema com os pais e etc.

Aqui, você precisa tomar um pouco de cuidado, para não tomar alguma orientação pessoal, como regra geral. Eu desconheço qualquer texto do Prof. Masaharu Taniguchi ou mesmo do Prof. Seicho Taniguchi onde eles tratam a questão como sendo um desvio de conduta. 

Preste atenção na orientação pessoal, o que se é levado em conta são os sofrimentos e as angústias d a pessoa que está buscando a orientação.

E a resposta leva em consideração o carma de cada um, a necessidade de cada um, tanto de aprimoramento, como mesmo de desenvolvimento e crescimento espiritual.

Veja bem, aquele que não se aceita, que sofre. Que pensa ser ele um "homem" com defeito, e que busca a solução do seu sofrimento em questão; irá encontrar no ensinamento a causa negativa ou mesmo o problema interior que o leva a sofrer.

E isso não tem a ver com sua "identidade sexual" você pode ser gay, heterossexual, ou o que quer que julgue ser, que irá receber a orientação, baseado na sua necessidade.

Por isso chama-se: “Orientação Pessoal”, não é regra geral, é adequado àquela pessoa.

Claro que quando compartilhada também poderá ajudar outras pessoas que passam pelo mesmo problema, mas ainda assim não se trata de uma regra geral.


Quando navegamos nos sentimentos humanos e nos sofrimentos com relação à sexualidade entramos em um campo minado; independente da "identidade sexual" de cada um.


O que não falta são heterossexuais com desvio de personalidade com problemas de toda ordem em função de questões cármicas ou mesmo pela falta de um amadurecimento saudável e da construção de uma relação de afetividade em torno de si, no bem, ou mesmo na sua trajetória no contato com ou outros e principalmente na relação com os seus pais. 

São inúmeros os sofrimentos, desde os vícios ocultos a toda sorte de traição, até as verdadeiras prisões mentais.

E veja que, por este lado, também você não questiona as inúmeras orientações que o Professor Masaharu Taniguchi dá a essas pessoas em virtude dos seus carmas. 

Você só está questionado, as orientações que foram dadas para os "Gays", que buscam socorro por sofrerem determinadas questões, mas o número de consultas de problemas ligados a sexualidade, triangulo amoroso, vícios, traição de heterossexuais  nos livros da Seicho-No-Ie, é 98% superior ao número de casos de "gays" que abrem seus conflitos. 

E ainda os que abriram foram buscando uma construção de outra identidade por não se declararem felizes como você assim o faz. 

Eu mesmo, já orientei jovens que não eram felizes por serem "gays" e hoje praticando a Seicho-No-Ie, puderam se encontrar como pessoas. Têm casos que tudo não passava de uma carência e hoje namoram mulheres e sei até quem já conseguiu casar e ter filhos; e sei de casos que hoje namoram pessoas do mesmo sexo. 

A sexualidade assim como qualquer outro comportamento humano, é construída, assim como o amor, assim como a afetividade. 

Existem tantas coisas, J, que me deparo no exercício da orientação pessoal que jamais eu iria imaginar que existisse na face da Terra. 

Mas quando despertamos para a nossa Natureza Divina, descobrimos quem somos.
E antes de qualquer rótulo o homem é filho de Deus só isso.

Todo mundo precisa se conhecer se amar e praticar o bem, e ter comunhão com Deus e assim ser feliz nada mais do que ser feliz. 

Eu não sofri traumas de infância com meu pai nem com minha mãe (ou qualquer outro tipo de parente, amigo professor etc), nem estou enquadrado em nenhum comportamento típico dos relatos que leio sobre os assuntos. Sou muito bem resolvido comigo mesmo e com meus familiares. A minha dúvida é: afinal, segundo a doutrina, a homoafetividade é o quê para a Seicho-no-Ie? Levando em conta que a doutrina foi escrita na década de 30 e que o Japão é um país conservador, não aberto às questões homossexuais, e que a Organização Mundial da Saúde, só em 1990, não reconheceu mais essa orientação sexual como desvio de conduta, além de uma infinita gama de estudos antropológicos que comprovam que em todas as sociedades humanas sempre existiram a mesma taxa de homossexuais, sinto que as respostas dos relatos são muito superficiais e, por isso, não me deixam satisfeito, obviamente. Não estou pedindo uma resposta mastigada ou pronta, apenas quero sanar essa dúvida de muitos anos, do ponto de vista espiritual da Seicho-no-Ie.

Eu não tenho como sanar essa sua dúvida.

Só posso lhe dizer pratique o bem e seja ainda mais feliz!

E pare de se preocupar em defender uma bandeira, ou ter um posicionamento.

Apenas seja feliz. J, praticando o bem e levando o ensinamento para outras pessoas. 

 Pois, como um garoto gay, naturalmente eu tenho amigos gays, e eu gostaria de apresentar a doutrina a eles, mas fico receoso com o comportamento de alguns adeptos e até mesmo divulgadores/preletores em curá-los, e de fundamentalismo religioso, lobotomias e curas divinas fanfarronas já basta o que tem por aí. Se puder me indicar alguns livros sobre o assunto eu agradeço.

Livros da Seicho-No-Ie para seus amigos:

Livro dos Jovens 
Buscando o amor dos pais
Cartilha da Vida - vol 1 e vol 2
A chave da vida feliz. 

e muito mais confira no site:http://www.sni.org.br/livrariavirtual/

São livros que você indica para qualquer adepto iniciante, não tem diferença.

Lembre-se de lei mental, tudo o que você atrai está relacionado com aquilo que você precisa deparar-se ou mesmo aprender. 

Embora, você seja feliz, na orientação pessoal já me deparei com muitos casos, que não são felizes. Que a todo custo querem mudar a sua opção sexual, que não se aceitam que são infelizes, que são viciados em sexo, que sofrem; cometem e fazem as maiores atrocidades em busca de afeto, muitos vagam pelas ruas a procura de sexo, se submetem as mais terríveis experiências, se envolvem em orgias, sentem-se completamente impuros. 

Qualquer uma dessas pessoas que buscar uma orientação pessoal, ou mesmo em “perguntas e respostas” abertas ao público, independente da “identidade sexual” vai ouvir sim, que ele tem um problema, um carma negativo, uma situação com os pais, e mudando esta mente é possível libertar-se deste problema e ser feliz.

Não tem a ver com o que se julga ser e sim com o comportamento que se adota.

Desculpe pela pergunta enorme, obrigado pela atenção e espero ansiosamente pela sua resposta! Admiro muito o seu trabalho e palestras em Ibiúna. MUITO OBRIGADO!!!
J. o único rótulo que você deve levantar bem alto é: Eu sou filho de Deus. 

Continue sendo um bom filho, pratique o bem  e seja cada vez mais feliz. 

Quando as pessoas lhe perguntarem como a Seicho-No-Ie trata isso lembre-se sempre que sexo tem hora pessoa e lugar. Na hora certa, com a pessoa certa e no lugar certo, e no mais… nada de promiscuidade. e antes de pensar em sexo, pense em construir algo baseado no amor, entre duas pessoas que se respeitam e quer um a felicidade do outro. 

Muitas vezes uma relação baseada somente em sexo, por mais perfeita que aparente, na verdade não passa de uma carência. 


Minhas reverências, 
Estarei orando pela sua felicidade. 
Ariovaldo 

foto Ariovaldo Ribeiro, de um quadro no aeroporto em Frankfurt

5 comentários:

  1. Nossa Ari aprendi mto c/ sua resposta...maravilhoso, perfeito!

    abraço.

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  2. Ariovaldo foi a resposta mais sensata que eu já vi, com base em verdades. Deus abençoe e muito obrigado

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  3. seria razoável realizar um casamento homossexual na seicho-no-ie?

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  4. Achei muito legal a resposta, mas não acho que o mestre pensasse assim na época por conta de ser escrito em 1930. Um exemplo do livro namoro, casamento e maternidade é quando o mestre coloca (capítulo 2) "homossexualismo" como algo impuro semelhante a masturbação.

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