Uma mergulho para a cura da alma pelo despertar do amos aos pais.
“Todos os grandes males que os homens causam uns aos outros, por força de certas intenções, desejos, opiniões ou princípios religiosos, são devidos por igual à existência, pois que nascem da ignorância, que é a carência da sabedoria.”
-- Textos Judaicos
Vou aqui, pegar emprestado uma das respostas da professora em seu livro e, trazer alguns conceitos gerais que se aplicam para uma série de situações de amores controversos na vida de muitas pessoas.
Essas respostas foram objetos de várias palestras para jovens nas Academias da Seicho-No-Ie, e também muito me ajudaram a entender a diferença entre amar e sentir carência.
Peço que você, por favor, procure ler o livro na íntegra para compreender claramente os conceitos aqui compartilhados.
Vamos lá:
Se alguém namora uma pessoa leal, sincera e honesta, ama-o com devoção e espera pacientemente o momento para viverem juntos, mas sente atração por outra pessoa achando que o outro possui atributos ausentes em seu atual relacionamento, está justamente demonstrando que algo ou alguma coisa falta em sua vida. E o que precisa se entender aqui é que, embora a busca seja na vida de outra pessoa isso não tem nada a ver com ninguém.
A professora Teruko Taniguchi, ainda comenta que este tipo de oscilação parece ser bastante comum tantos nos homens como nas mulheres.
Nos dias atuais existem pessoas que trocam de namorados o tempo todo, e também pessoas casadas que se envolvem sucessivamente com várias pessoas.
Segundo o livro, essas pessoas sofrem de carência afetiva e vagueiam pela vida em busca desse algo que lhes faltam.
Não encontraremos nesta vida, nenhum homem ou mulher que possuam todas as qualidades. Por isso, mesmo que alguém julgue ter encontrado essa pessoa, olhando apenas sua posição social ou mesmo o seu status, tomando o relacionamento somente pelo momento do agora, pode passar o tempo e vir a ficar insatisfeito, achando justamente que falta algo.
A insatisfação gerada na carência afetiva faz com que as pessoas vivam uma busca sem fim do parceiro ideal.
No relacionamento humano ninguém poderá ser feliz analisando os aspectos aparentes das outras pessoas. É necessário que cada qual descubra o verdadeiro ser existente no outro, e não apenas suas aparentes falhas.
Para duas pessoas que pretendem construir uma vida de felicidade eterna, o bem mais precioso é a lealdade.
Muitas pessoas buscam a solução de seus conflitos íntimos na superficialidade das relações e deixam de tocar nos pontos principais, origem de todos os infortúnios.
Quando encontrarmos a nossa natureza divina de infinitas qualidades, vamos percebendo que nossa felicidade não pode ser obstruída.
O bem mais precioso é o coração leal e sincero.
Quando nos encontramos, saímos do poço da mais profunda solidão, e assim é possível manifestar o amor genuíno e totalmente sincero. Neste ponto, se reconhece somente o melhor do outro, aprecia-se apenas suas qualidades, e se o outro tiver - quem sabe - algum defeito, é possível suprir essa falha com devoção, carinho e ternura.
“Quando duas pessoas que se amam se propõem a construir uma vida juntos, visando o aperfeiçoamento, com certeza sentirão a alegria de criar e de evoluir e viverão o dia a dia com grande entusiasmo” Teruko Taniguchi
Se não somos capazes de viver esse amor, a falha está na nossa conduta.
“As pessoas que vivem apontando as falhas dos outros são justamente as que possuem mais falhas. “ Teruko Taniguchi
Este ano eu tive a felicidade de fazer uma viagem para a Índia, um sonho do “projeto prosperidade” que demorou quase vinte anos para concretizar-se.
Desde que me entendo por gente, sempre quis conhecer a Índia, e segundo um amigo vidente eu já morei por lá e fui um dos discípulos de Ganesh – bem, verdade ou não, me senti em casa.
Eu tenho uma mania desde criança de sentar de “cócoras” para comer, nunca entendi de onde vem isso, lembro-me que nos meus primeiros anos na Superintendência dos Jovens, todo mundo achava estranho o fato de eu tomar café nesta posição, sentado no canto da sala.
E quando cheguei à Índia, notei esse comportamento nas pessoas. Outra coisa que me chamou a atenção foi que visitando um templo de Ganesh, eu -realmente - me senti muito familiarizado com os seus rituais, é como se eu praticamente os soubesse de cor.
Cheguei por lá perto do dia de São Valentin, um santo reconhecido pela igreja católica, e também por muitas igrejas orientais que dá o nome de Dia dos Namorados em muitos Países.
Quando estava lá um comercial de televisão me chamou a atenção. O comercial narrava à história de amor de duas pessoas. Seu enredo consistia em mostrar um casamento que foi arranjado pelas duas famílias e abria com a cena do dia em que os casais se conheceram, duas famílias sentadas em uma sala, cada uma de um lado, e os dois se entreolharam e o comercial dizia: “tal dia nos conhecemos”. No desenrolar vem à cena do casamento com a narrativa: “três dias depois nos casamos”. Logo em seguida a sequência continua: “um ano depois”. Agora ela está na estação de trem, e foi esperar o seu marido que se entende estar voltando de uma viagem. Só que o trem para, todos os passageiros desembarcam e ela não vê o marido, que desembarcou na mesma estação, mas em uma plataforma nas costas da esposa. Todos os passageiros vão saindo, e na magia da linguagem televisiva percebe-se a aflição dos dois que vão lentamente virando até que se entreolham com sorrisos e o comercial encerra: “um ano depois descobrimos o amor”.
O comercial era de uma joalheria que encerrava dizendo: “então agora compre uma jóia para sua amada”. A Índia é, com certeza, um lugar que não se deve ir com a pessoa amada. Lá para você provar o seu amor, você deve dar jóias para a esposa, quanto mais jóias ela ganha, mais amor você demostra ter – bem, brincadeiras a parte, o quero refletir aqui é: “O amor é construído”.
Nosso conceito de amor no ocidente é muito falho. - Hoje eu sou completamente apaixonado por você, dez anos mais tarde e em função de reconhecer somente as suas falhas, acabo matando o nosso amor.
Geralmente para o oriente é: eu te amo dez anos mais.
O professor Masaharu Taniguchi, nos ensina no livro A Verdade volume 5, que o casamento deve ser a eterna busca pelas partes positivas do outro, e nos orienta a viver uma vida feliz através de mútuos elogios. Hoje penso que ele está nos ensinando a investir na construção de uma vida a dois de modo saudável.
A vida é uma eterna construção, devemos ir construindo nossa vida até alcançarmos o mundo de Deus. Onde nada falta.
Muitas pessoas vivem do amor platônico. Eu fui uma pessoa que já sofri muito por este amor, conforme narrei na parte 1 desta nossa reflexão. Mas também temos o amor passional (de natureza estritamente terrena), o amor doação e até o amor sacrifício. Sendo mais franco, acho que vivi todas as manifestações ilusórias de amor.
O amor platônico até pode ser puro e inocente, enquanto o amor passional - de natureza terrena - tende a ser exclusivista, onde afastamos as pessoas e nos enclausuramos em um pequeno mundo. Ainda assim, o amor terreno pode proporcionar alegria à alma se não for possessivo. No amor doação, que busca só satisfazer o outro, a pessoa sempre se sente feliz em fazer feliz o ser amado.
Mas enquanto o ser humano, não conseguir amar a si mesmo, respeitar a si mesmo como pessoa, ele será incapaz de devotar esse amor para o outro.
Então, como é que eu me amo de verdade?
Pretendo esclarecer este ponto mais adiante.
Ainda existe também o amor de troca, muitas vezes voltado para o sexo. O ser humano decai espiritualmente e moralmente, quando se deixa dominar completamente pelos desejos sexuais.
Este amor não dura muito, pois está embasado só na atração física. Basta o outro perder o charme físico que o amor acaba.
Por isso que o namoro alicerçado na afinidade espiritual é duradouro, pois o poder atrativo da beleza da alma é eterno.
O amor é um sentimento lindo, mas para que seja nobre e correto deve dignificar o “ viver a dois”, através de uma postura mental correta.
O valor de cada um não depende da sua atribuição, mas da postura de vida na posição que lhe cabe.
Existem momentos que as pessoas armam verdadeiras “arapucas”, com o propósito de conquistar alguém. Porém, esta solidão que leva essa pessoa, a todo custo, buscar a felicidade no coração da outra, possui uma origem que está além da felicidade eu-e-outro.
Essa infelicidade advém do modo como ela constrói sua afetividade, e a sua relação com mundo externo.
Muitos sofrimentos recaem sobre os homens, mas penso que um dos mais profundos seja justamente a incapacidade de amar ou mesmo sentir-se amado.
Mas qual seria a origem desses sofrimentos?
Enquanto escrevia esta reflexão, recebi de uma amiga um texto, aproveito para compartilhar, prestem atenção:
“Para encontrar sua alma gêmea, você tem de estar se amando muito. A cara-metade positiva é atraída pelo amor, e todas as caras-metades positivas têm amor espiritual. Sem amor, você só atrai as caras-metades negativas, que aparecem para lhe mostrar o que não é amor, como um processo de eliminação. Com eles, você depara com o ciúme, a insegurança, o medo de perder, os desentendimentos, a mágoa e o ódio, entre outros sentimentos negativos. Mas nada disso vem do amor:“... O amor chama o amor: ele sempre escuta e vem!” (Oliveira, Fausto. A Verdadeira Alma Gêmea. Rio de Janeiro. SEAME Editora, 1998. 198 pag.)
E agora, como se amar?
Continua...
Ariovaldo Adriano Ribeiro
fotos by Ariovaldo Ribeiro
Lindo preletor, como sempre o senhor tem toda razão, e muito realista quando cita:“As pessoas que vivem apontando as falhas dos outros são justamente as que possuem mais falhas. “ Teruko Taniguchi
ResponderExcluirOnde esta a continuação!!! curiosa por saber onde acaba...
ResponderExcluirtenho 17 anos e só me interesso por mulheres mais velhas, uma amiga me disse que isso é carencia de mãe, o que o senhor acha?
ResponderExcluirReverências,
ResponderExcluirMuito Obrigado,
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minhas reverências,
Ariovaldo