segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Um mergulho para a cura da alma, pela gratidão aos pais.


Fui viciado em paixão                                        parte 1

Não pretendo aqui, escrever um tratado de como livrar-se do vício da paixão, apenas busco analisando a minha própria trajetória, lançar uma luz neste tema que tanto angústia a alma humana.

Através da minha experiência utilizando-se do ensinamento da Seicho-No-Ie, libertei-me de carências profundas. E aqui vou fazer uma tentativa de compartilhar esse aprendizado.

Espero que você também possa tornar-se cada vez mais feliz libertando-se de todas as mazelas da alma.

(AJSI -  Rolim de Moura)
Hoje me considero uma pessoa extremamente feliz. Através de minha dedicação voluntária como preletor, possuo o privilégio de poder levar o ensinamento para inúmeras pessoas – isso é uma grande bênção, e se não bastasse, hoje também atuo como funcionário da SEICHO-NO-IE DO BRASIL, o que me possibilita comungar deste ensinamento initerruptamente.

Pensando a respeito de tudo, sinto que realmente tenho muito para agradecer, e por mais gratidão que eu tenha do meu ponto de vista ainda estou em débito pelas inúmeras bênçãos que Deus me proporciona.  


Ainda tenho muito que aprender, mas o pouco que hoje aprendi, permita me compartilhar:

Eu sofri durante anos de carência afetiva, o que me fez buscar toda sorte de amor, pensando justamente que alguém ou algo poderia sanar minha solidão.

Assim, fui crescendo buscando vários amores. Logo na infância eu percebi o quanto sofria por amor, e desde tenra idade, curtia uma solidão inimaginável.

(No, Deia, Ari e Dri)
Tive muitos amores, muitas que amei com todas as forças, outras que me amaram, algumas pude corresponder de modo saudável, outras tantas eu magoei de modo involuntário com traições e enganações.

Até que aos vinte e três anos, loucamente me apaixonei, acabei morando junto com ela, e foram quatro anos em que colhi tudo o que semeei. Quando resolvi ser fiel, colhi os frutos da minha semeadura. Na época fui orientado por grandes preletoras que se hospedavam em minha casa, como Ilona, Sueli Cornelsen etc., fiz de tudo para salvar meu casamento, mas na verdade enquanto eu ainda mantinha a carência no coração nenhum amor se sustentava.

Depois de quatro anos, de sofrimento, encontrei dentro da minha alma, aonde vinham minhas carências.  A ausência do sentimento de gratidão pelos meus pais. (mais na frente pretendo detalhar melhor esse processo).

No Budismo podemos chamar tudo isso de experiência da Roda da Vida. Porém, existe uma grande diferença em dizermos que estamos presos na Roda da Vida, ou que estamos na experiência da Roda da Vida.

Presos na carência somos vítimas. Quando adquirimos clareza dos nossos sentimentos, assumimos uma responsabilidade pelos nossos atos e buscamos antes de ferir as pessoas, corrigir nossas atitudes. 

Demorei um pouco para entender que eu precisava antes de tentar conhecer alguém, descobrir como é que eu funcionava na presença desse alguém.

Este é o significado do namoro na Seicho-No-Ie.

(minha família)
Namoro, não é uma oportunidade de sexo seguro, sem o uso de preservativos, namoro não é para você conhecer o corpo do outro, namoro é para você descobrir justamente como é que você funciona na presença desta outra pessoa.

Se não nos conhecermos, se não desenvolvermos a capacidade de auto-respeito, seremos eternas vítimas de toda a mazela afetiva do mundo, justamente pela falta deste discernimento.

Mas de onde vem esse auto-abandono? De onde brota está carência?

Quando me entendi como “um ser” com capacidade de raciocínio eu morava na cidade de Nova Esperança, Paraná. Foi lá que ganhei minha primeira revista da Seicho-No-Ie, catando papel na rua para vender no ferro velho.

Essa revista foi a primeira semente que entrou no meu lar, e começou a mudar minha história.

Isso foi aos nove anos de idade. Ainda sem condições de mudar os meus padrões mentais fui crescendo, buscando nos outros aplacar a dor que minha alma carregava.

Na quarta série, tive meu primeiro amor, quantas promessas, e foi nesta época também que percebi que precisava de mais de um amor pra ser feliz.

Bem, eu amava muitas mulheres isso não significava que tinha todas. Mas o fato de não conseguir ser feliz no atual namoro, buscava outro e ia migrando de “a” para “b”, “c”, “d”. Estando com “d”, ficava pensando que “a” é que era amor de verdade, isso só mostrava o quanto na verdade eu era infeliz.

Vivendo dentro do problema é quase impossível detectar que de fato temos um problema. 

Sem o mínimo de discernimento espiritual, somos vítimas da nossa própria trajetória.

Fui vítima durante muitos anos de uma carência quase incontrolável.

Mas Deus, sempre está nos orientando, e também nos conduzindo a oportunidades de mudanças.

Se avaliarmos a nossa vida, vamos perceber que Deus sempre esteve ao nosso lado, nos convidando a corrigir a nossa postura e passar a viver com dignidade.

E Deus agiu na minha vida, e justamente através de uma paixão fui para a Seicho-No-Ie.

Morando em Cacoal, Rondônia estudando na Fundação Bradesco, e através da Tatiana – claro por quem me apaixonei – que fui para a Seicho-No-Ie. Foi por um convite dela que participei do Seminário da Luz em Cacoal com orientação do Professor Miyoshi Matsuda.

Nunca tive nada com a Tatiana, que hoje é uma grande amiga, que só ficou sabendo desta paixão há pouco tempo. Muitas paixões eu cultivava em silêncio, só para dar um nome ao meu sofrimento e a minha necessidade de rebeldia, uma ingratidão alimentada por uma força que eu julgava ser externa. 

Como se o outro fosse o responsável, damos nome, cor, aroma, sabor ao sofrimento. Nos amarramos as mais complexas relações para justificar porque sofremos.

(Em, Rolim na volta da SNI -JIPR)
No ano seguinte, mudei-me para Rolim de Moura também em Rondônia. 

Lembro-me como se fosse ontem, minhas primeiras reuniões da SEICHO-NO-IE, no Núcleo de Rolim de Moura. Recordo-me dos primeiros livros com muita saudade.

Na época como não dispunha de muitos recursos, eu e meu amigo Lutimar começamos a montar a nossa biblioteca particular, comprávamos os livros dividindo o seu valor. Líamos avidamente. Lembro-me com muito saudosismo nossas discussões filosóficas, coisas que eu não entendia, coisas que eu não aceitava, e assim íamos aprendendo o que era  o modo de viver do ensinamento.

Nos reuníamos para treinar a Meditação, foram tempos maravilhosos, guardados no solo da minha memória com grande gratidão por todos. Pelas oportunidades que me proporcionaram para estudar e ir colocando-os em prática.

Graças à paciência do então preletor Valdir Rodrigues Jorge e sua esposa Neuza, aos poucos fui compreendendo como viver na prática o que estava estudando.

(Haresh, Ednei e No em Rolim)
Aos dezoito anos, fui indicado para prestar exame para Líder da Iluminação, naquele tempo, era necessário apresentar um tema diante de uma banca composta pelo Conselho Doutrinário Regional. O meu foi o livro a Verdade da Vida, volume 4, seu estudo foi um grande despertar espiritual, dentre os inúmeros que já vivi na Seicho-No-Ie

Essa pré-seleção também se constituía de uma avaliação do treino do Canto Evocativo de Deus no original em Japonês. Passado este teste, e depois de aprovado prestei exame na cidade de Cuiabá, uma viagem fantástica, eu, Jocirene a filha do Valdir, e ele, que na ocasião estava realizando prova para promoção de grau.

Tempos depois fui responsável doutrinariamente pela reunião do Núcleo de Nova Brasilândia do Oeste, Rondônia, e durante dois anos toda quarta-feita eu fazia este trajeto, de “Rolim para Brasilândia”. Ás vezes eu dormia por lá e voltava no dia seguinte, porém, sempre procurava voltar no mesmo dia.

Muitos amigos foram companheiros dessas viagens como o Eduardo, Amorim, Flávio, Gustavo, Sandro e Valdete, que às vezes também iam fazer palestras comigo. Hoje percebo que esta experiência foi muito importante para minha formação como preletor da Seicho-No-Ie.

Tive oportunidade também de atuar como presidente regional da AJSI, e chegamos a ter onze reuniões espalhadas pelos diversos municípios da Regional RO-Cacoal.

Assim que fui designado como presidente, tivemos uma reunião especial em Rolim de Moura  com o preletor Valdir, convidei todos os meus amigos. No final ele me chamou para me anunciar como presidente regional e no mesmo instante, eu chamei os meus amigos presentes para o palco e em seguida fui compondo a minha diretoria nomeando-os: você é tesoureiro, você é secretário, você é presidente de AL, todos foram pegos de surpresa, e para a minha surpresa foi um sucesso.

Alguns até, depois se tornaram Líderes da Iluminação, esta época deixou muitas saudades. 

(AJSI - Rolim de Moura)
Quanta gratidão eu tenho por eles, muitos são mais que amigos, verdadeiros irmãos e mestres em minha caminhada, muito obrigado: Valdecir, o “Norberto”, a Cida “preta”, Andréia, Adriana,  Ana Paula, Alberto Fachini, Flávio, Alberto Segundo e Wilza que foi minha namorada. Todos da Seicho-No-Ie achavam que éramos um casal vinte, mal o povo sabia o quanto brigávamos de ciúmes e talvez tenha sido esse o motivo da nossa separação, que na época muita gente não entendeu. 

Eu era muito jovem, sem condições de discernimento, mas ainda assim lembro que fomos muito felizes, em nossas alegres, entusiásticas reuniões e tudo isso nos proporcionou viver a juventude tendo como pano de fundo o ensinamento da Seicho-No-Ie.

A Wilza me impulsionava a sonhar, e foi graças a ela, que em definitivo, não voltei ao uso de drogas, porque mesmo conhecendo a Seicho-No-Ie, ainda vivia tempos de muitas carências.

Quem me amava eu não amava. Quem eu amava às vezes nem me conhecia. Tive muitos amores platônicos, lembro-me de uma que foi a minha primeira professora de inglês. Uma paixão que eu nunca confessei, afinal ela namorava um grande amigo meu. Em outro momento conheci uma jovem peruana, em um seminário na Academia de Ibiúna-SP, por quem me apaixonei. Um romance, por cartas que durou quase quatro anos. Sempre me pergunto como teria sido. Todos os dias eu lhe escrevia, confessando o meu amor. Há pouco tempo ela me contou que muitas cartas sua mãe escondia, e não lhe entregava, penso que o “Espirito Santo de Deus” a protegeu deste amor fruto de uma carência.

Teve também a Alessandra, um amor terno, doce, maduro. Estranho é que eu não me sentia digno e nem preparado para viver algo assim, de fato como não doía, não machucava, eu achava que não era amor. 

Como é engraçado o sentimento humano, em muitas situações as pessoas fogem da felicidade, buscando-a em amores impossíveis, vagam pela vida com os nervos extenuados sofrendo sem perceber que este amor não está fora.

Tive muitas paixões de Academia também, no término de cada seminário eu voltava pra casa e o meu coração ficava na Academia, foi assim também com a Rosi, que hoje é uma grande amiga.

Isso foi só uma amostra, tiveram muitas outras, que não é necessário nominar só sei que a cada experiência, mais solidão e complexos de inferioridade eu nutria. E em mais amores impossíveis eu me enroscava.

Demorei muito para entender o que eu buscava. Muitas pessoas são aleijadas na conjugação do verbo amar. No meu caso, vivi muitos anos praticando o amor “egoísta”.

Nesta época, eu me reconciliei com a minha história, me harmonizei com a minha mãe, renasci no seu da minha família, já vivia uma nova vida. Já amava minha mãe.

Pensava que praticamente tudo já estava perfeito.
Mas ainda faltava uma coisa...
Continua...
fotos arquivo pessoal.

14 comentários:

  1. Sempre muito bom ler os seus posts bem como ouvir vc em palestras. Tenho uma profunda admiração por você e pela sua história. Muito obrigada por compartilhar esses momentos conosco. Aguardo a segunda parte! rs
    Fabiana

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  2. Carência é muito sério...obrigada por compartilhar e mostrar que a Seicho-No-Ie tudo resolve....resolvendo as verdadeiros conflitos da Alma, resolvemos tudo ao nosso redor, no Mundo Fenomênico.
    Obrigada pela sinceridade e candor. Deus te abençoe!

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  3. meu, as fotos são mto engraçadasss! no bom sentido, lógico!

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  4. Me identifiquei muito em relação ao seu comportamento com amores platônicos... Acho que muita gente vive isso, algumas mais do que as outras e eu acho que sou uma dessas.

    Ansioso pela continuação ;)

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  5. esperando pela segunda parte, admirada com sua coragem de abrir o seu coração assim de uma forma tão doce, eu sou uma pessoa muito falante rs rs bem mais que você,e você sabe disso, mas quando o assunto é falar dos sentimentos sempre me enrosco e acabo não colocando pra fora, são poucos os que sabem de minhas mazelas... ter a oportunidade de aprender com você tem feito mudanças até então nunca sonhadas...e a forma com que ensina é que te faz muito especial. Muito obrigada por fazer parte de minha vida!
    te amo
    Maristela Dias

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  6. "Bem, eu amava muitas mulheres isso não significava que tinha todas. Mas o fato de não conseguir ser feliz no atual namoro, buscava outro e ia migrando de “a” para “b”, “c”, “d”. Estando com “d”, ficava pensando que “a” é que era amor de verdade, isso só mostrava o quanto na verdade eu era infeliz." Talvez esse seja um dos maiores problemas dos relacionamentos humanos o acreditar que a felicidade será encontrada no outro, sendo que todo vazio só será preenchido por amor próprio.

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  7. Me emocionei muito!! Lágrimas neste momento brotram dos meus olhos. Triste por me idenficar com muitos pontos... e alegre por saber que existe uma saída. A gratidão aos pais é a saida. Muito Obrigado!!!

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  8. dessa vez você me fez chorar, mas é chorar mesmo....e rir também, já estou quase decorando de tantas vezes que lí.
    quando vem a segunda parte?

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  9. Querido Profesor: emocionante....muchas gracias por compartir. Es muy interesante y profundo todo lo que cuenta. Para leer y releer....hay paralelismos. Espero con avidez la segunda parte.
    Muchas gracias.

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  10. Arii!! Parabéns!!!
    Puxa, como é bom ver exemplos vivos de como todas essas experiëncias nos fortificam!! Isso dá esperança!!!
    Agora, tö super curiosa pra ler a segunda parte!!!

    bjss!!!

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  11. Cada vez te admiro mais Ari! Esse despreendimento em se abrir e mostrar a sua história compartilhando suas experiências de vida, seus sentimentos. Confesso me vi bem aí dentro, como se estivesse refletindo a minha imagem num espelho. Talvez fosse o ponto que precisava enxergar para entender melhor o que me falta para ser realmente feliz.
    (...)namoro é para você descobrir justamente como é que você funciona na presença desta outra pessoa."
    Você é só Luz!
    Eli
    PA-RS

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  12. Ari adoro os seus textos que me fazem crescer,refletir e ser uma pessoa cada vez melhor,obrigada por tudo e fico aguardando a 2ªparte.

    bjocas e parabens,qdo eu crescer quero ser que nem vc,CARLA PATRICIA
    FORTALEZA-CE

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  13. Meu bem, quantas vezes chorei ouvindo suas palestras, vc é um iluminado, pode ter certeza que salvou muitas vidas, fez muitos caminhos serem melhores, hoje sou muito feliz e muitas coisas graças a vc que me apresentou a sheicho-no-ie minha vida e perfeita, tive um filho que não poderia ter graças a fé que me ensinou me ensinou ser uma grande esposa e encontrei minha metade da alma. Reverencias, serei sempre uma grande admiradora tua. Deus te abençoe sempre!Drica. Cacoal/ RO Obrigada, muito obrigada!

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  14. Oi Drica,
    agora eu que fui as lágrimas lendo seu comentário... sempre te admirei.. e você como sempre uma amiga especial

    bjs no coração ! Muito Obrigado, posso dizer por existir!
    Ariovaldo

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