sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Por que nasci? – parte 7


Um mergulho para a cura da alma, pela descoberta do amor aos pais.
Por que nasci no Brasil? 
Por que nasci em Rolim de Moura? 
Por que nasci nesta casa? 
Por que nasci nesta família? 
Por que nasci dos meus pais? 
Inúmeras repostas rondam esse dilema, e na maioria das vezes todas são carregadas de sentimentos controversos em torno desta dádiva que é nascer. 
Eu já ouvi de tudo: nasci por um erro dos meus pais; nasci para ser o escravo desta casa; nasci para trazer sofrimento para minha mãe; sou fruto de uma relação extraconjugal; meu pai não me queria; minha mãe tentou me abortar; meu pai e minha mãe não tinham o que fazer; sou vítima de uma mãe que me abandonou etc..
Quase sempre as respostas são carregadas de culpa, de uma não aceitação da condição de ser humano, que é o mesmo que não aceitar o seu nascimento na face da Terra.
Já ouvi até crianças que no ventre materno tentaram suicídio enrolando-se no cordão umbilical, por presenciarem um sentimento de medo dos pais em torno de uma gravidez inesperada. 
Um fato é inegável, se você está tendo oportunidade de ler esta reflexão significa que você nasceu. 
Mas o que é nascer? O que é a vida? 
Existem várias perspectivas dentro do ensinamento da Seicho-No-Ie para explicar o que é a Vida. E mesmo dentro do que venha a ser “Vida”, se faz necessário distinguir a diferença que existe entre a vida fenomênica, essa que se lança e vive inúmeras situações, da VIDA, imagem e semelhança de DEUS, que é a Vida que Flui Eternamente, descrita pelo fundador da Seicho-No-Ie professor Masaharu Taniguchi no Livro a Verdade da Vida volume 27. 
Uma explicação que, particularmente, aprecio para compreender o significado do que é viver. É a comparação da nossa vida como a de uma grande escola. 
Portanto, nascer é matricular-se nesta escola da vida chamada Terra. Uma oportunidade única para dar continuidade na sua trajetória. 
E como estamos aqui reflexionando do ponto de vista, das dores da alma, e os porquês de todas as carências. Obviamente estamos estudando conceitos horizontais do ensinamento. Tomando a vida como escola, uma busca consciente para oportunizar uma reflexão e transformar o nosso modo de vida atual. 
As infelicidades que muitas vezes nos atingem não são castigos que vêm de fora, infligidos a nós por Deus. Foram nossas escolhas e nossas atitudes que moldaram o mundo em que vivemos hoje. 
Praticamos muitas crenças no passado, e de acordo com cada crença, fomos moldando -inclusive - o nosso modo de pensar, e praticamente o modo como vivemos. 
Deste modo o nosso destino, o que nos faz nascer neste lar, nesta casa, ou viver uma determinada situação é o resultado de todas as nossas atitudes ao longo dessas muitas vidas, até os dias atuais. 
Porém, se dissermos que existe uma força externa, alheia as nossas atitudes, que governam nossos destinos, estaríamos difundindo o fatalismo e esta escola terrena perderia totalmente o sentido. 
É assim que crescemos, e isso é fantástico. Se não fosse por meio desses desafios a nossa vida seria tão desprovida de sentido e significado.  Mas se nascemos aqui para aprender, também não devemos nos esquecer de que precisamos ensinar. E como professores da Vida, em algumas lições, nos graduamos para depois poder ensinar. 
Eu mesmo já vivi inúmeras situações nesta vida. Não faz muito tempo que me curei de um câncer na garganta.
No período da descoberta e até o final de tudo, foram dias de muitas angústias, tristezas, fé, esperança e até mesmo muita raiva. E foi me dedicando na Associação Local, levando um pouco do que eu já sabia, que fui me fortalecendo. Nesta época fiz muita meditação, ouvia a sutra à noite e praticava purificação da mente. Queimando todos os sintomas, as receitas, os remédios e consultas. Cada exame que eu fazia, recebia uma sentença de morte. Li muito também os livros da Verdade neste período, e aquilo que não teria salvação ou mesmo só três meses de vida, converteu-se em um nódulo hemorrágico, embaixo da minha língua, que coagulava e depois vazava. Precisei apenas de uma intervenção cirúrgica para remover o que de fato converteu-se em benigno. 
Lembro-me que na época conversei com meu amigo, e orientador professor Ênio Hara, que me disse sem delongas: Se Deus está lhe chamando vai... 
Nisso entendi que tinha que praticar o desapego.
Uma vez eu estava fazendo uma palestra na regional DF-Brasília, um Seminário pró Convenção Nacional da Associação dos Jovens e estava com muito “pus” e não conseguia nem falar direito, entre um intervalo de uma atividade e outra, fui ao banheiro com um clips furei e coloquei tudo pra fora, revogando que eu não era escravo de nenhuma doença. 
Vivi isso em inúmeras atividades naquele ano, geralmente por forçar a língua. Quando o nódulo estava inflamado estourava sozinho, no meio da atividade. Apenas me virava, tomava tudo com água, pedia mais um copo e me reafirmava como Vida que nasceu de Deus isenta de doença e seguia em frente. 
Sei que não se compara ao que muitas pessoas vivem, há muitos sofrimentos, mas ainda assim posso compreender hoje e muito as dores da alma humana e suas aflições. 
Um dia acordei com uma oração, na mente: “sabe meu subconsciente, (na infância passei por cinco tentativas de suicídio tudo por via oral) esta mesma boca que um diz quis dar cabo da minha vida hoje é utilizada para transmitir a verdade, portanto subconsciente, aceite: Eu tenho missão para com a verdade.”.
No final passei por uma intervenção cirúrgica e foi um momento muito mágico, porque quando me fragilizei, reconheci o amor de minha família que de joelhos oravam por mim. 
No ano retrasado tive que lidar com um tumor no estômago, meu querido companheiro, nele somatizo minhas tristezas. Passei por três sessões de radioterapia, e mais uma vez, muita dedicação ao próximo. Tendo que lidar às vezes com muitos “crápulas” dentro do ensinamento que você dúvida até que são cristãos, mas depois entendi que todos foram anjos de luz, que materializaram em si, toda a minha negatividade, tirando do meu interior e me devolvendo em forma de atitudes que tive que aprender a perdoar. Para assim, eu me perdoar e em definitivo me libertar dessas dores.  
O “outro” nesta escola da vida, chamada Terra, esse “outro” que do nosso ponto de vista quer o nosso mal, na verdade não passa de um “grande anjo de luz”, que nos faz mergulhar na verdade e assim nos purificamos graças a esses inúmeros sofrimentos. 
Foi somente quando eu reconheci que sou humano, que choro, fico com raiva, me entristeço, que tem coisas de que eu não gosto, fico bravo, que também às vezes posso odiar, é que tive condições de trabalhar com todos esses meus sentimentos. 
Enquanto eu tentava me esconder, atrás da minha verdade, minha vida era boa, mas ainda me permitia viver com muitas angústias. 
Quando aceitei de bom grado e reconheci todas as minhas fraquezas é que pude saber como lidar com elas. 
Hoje sei que na minha natureza humana, cometo falhas que fazem parte do meu aprendizado, e é por saber que sou humano, que consigo aceitar a minha natureza divina, e me sentir um digno merecer de minha hereditariedade de filho de Deus. 
Esta é a escola da Vida, chamada Terra. E no tempo de Deus, diferente do tempo da nossa ansiedade... Tudo se ajusta. 
Graças a Deus. 
Mas o que é mesmo nascer? 
Continua....
Ariovaldo Adriano Ribeiro
fotos by Ariovaldo Ribeiro

11 comentários:

  1. É amigo você a cada semana me surpreende! As publicações de dezembro até esta última tem passado muita força para continuar a minha caminhada nesta grande escola da vida. Abraço carinhoso, que Deus te proteja. Luna

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  2. um dos mais belos artigos que o senhor já escreveu!!!

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  3. Amei, adoro tudo o que vc escreve. Muito obrigado!

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  4. Excelente o texto !!!! A.D.O.R.E.I. MUITO OBRIGADO

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  5. Obrigada pela reflexão.Que bom que estamos juntos praticando a Verdade Homem-Filho de Deus.

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  6. Olá Ariovaldo!

    Tudo bem?

    Nem vou começar com o clichê "nos conhecemos da SNI, lembra de mim?" Porque é uma imensa falta de etiqueta, estou um pouco afastada e sei que não lembrará quem sou. Na verdade estive em dezenas de seminários nas academias e já fui quase presidente da regional aqui em Curitiba. Cheguei a ser vice e depois me afastei um pouco.

    Mas o que queria te dizer é que li seu blog ontem e fiquei muito feliz com a sua autenticidade. Muitas pessoas entram na SNI achando que serão "felizes para sempre", ou seja, que jamais terão desafios, quando na verdade o que ocorre é que aprendemos melhor a lidar com eles, mas eles ainda existem.

    Eu sei que vc sabe disso, mas na verdade às vezes vejo que sem querer a filosofia é "vendida" como uma pílula milagrosa e como isso não existe, algumas pessoas se frustram.

    Não foi por isso que me afastei, estou muito feliz, em paz mesmo, apenas comecei a questionar outros pontos mais profundos, da própria filosofia mesmo.

    Nunca achei um preletor que demonstrasse ter a cabeça tão aberta para expor certas ideias, talvez seja você. Se aceitar o desafio, ficarei bem feliz, pois posso publicar em meu blog e sei que muita gente iria ler.

    Sou uma filósofa por natureza, gosto muito de refletir, de questionar e haviam certos aspectos do ensinamento que eu não concordava. Como percebi o quanto você percebe que somos seres espirituais, temporariamente tendo uma experiência humana (cheia de altos e baixos), é que vou expor alguns pontos e se um dia você quiser debater, eu adoraria ouvir a sua versão, mas sinta-se livre, para negar pois imagino o quanto é ocupado e talvez nem esteja interessado nisso.

    Se um dia tiver interesse para esta troca de ideias, aqui vai:

    Onde encontro uma certa dificuldade em aceitar: EGO!

    1) Anular totalmente o ego!
    Na verdade acho que o ego é uma parte maravilhosa nossa, acho que ele nos ajuda a termos a experiência de sermos humanos, ao passarmos por períodos de dor e sofrimento, após isso, nos reencontramos novamente e percebemos a nossa natureza divina. Ele vale como yin e yang, claro e escuro, alto e baixo. É a contrapartida do eu verdadeiro. Eu não vejo o ego como inimigo, vejo como necessário. Talvez se parássemos de tentar anulá-lo e tentarmos aceitá-lo como algo natural, teríamos menos problemas pois haveria menos resistência. Além do mais, não conheço nenhuma pessoa neste planeta (viva ou já no plano espiritual) que tenha conseguido anular totalmente o ego. Será que não seria bom algo assim: aceitar que nem sempre manifestaremos nossa natureza divina e isso é normal? Eu digo isso porque sempre quis ser perfeita, eu me cobro muito, queria nunca errar, estar sempre bem com todos, somente ajudar, amar, sorrir, perdoar, mas ninguém consegue... Se nenhum ser humano consegue é porque é impossível. Você não acha?

    Por que ter no mandamento da SI algo tão impossível de alcançar e que já me trouxe tanta autopunição pro minhas falhas, muitas vezes tão pequenas?

    Tenho tantas dúvidas e se você quiser me conhecer mais, aqui vai o meu blog, no primeiro dia de publicação, tive uma das experiências mais valiosas da minha vida (um insight muito especial) e por isso decidi compartilhá-la aqui na internet:

    http://conquistandoumavidacomsentido.blogspot.com/2011/04/quebrando-paradigmas-perfeicao-na.html


    PS.: Juro, não estou querendo criticar a filosofia, ela me fez muito bem, é a filosofia mais maravilhosa que já conheci, só que discordo de alguns pontos e queria apenas compreender melhor se sou apenas eu, estou sozinha nestas indagações ou alguém mais me acompanha? Sei que podemos trocar ideias e quem sabe eu mude de ideia e aceite este mandamento, pois já mudei muitas vezes de opinião, só assim a gente evolui, não é?!

    Um abraço carinhoso e continue assim!

    http://conquistandoumavidacomsentido.blogspot.com/2011/04/quebrando-paradigmas-perfeicao-na.html

    Marcia

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  7. Olá,
    Marcia,
    minhas reverencias,

    seus comentários são pertinentes, aprecio quem mergulha para assim despertar... por hora de uma lida nos textos aqui do blog, Um vilão chamado ego, e reciprocidade do espelho e o ensinamento do espelho, e também, até que ponto somos livres.

    Existe um ponto no ego que é saudável sim, o Dr. Taniguchi fala dele no livro Reconstruindo a Vida Humana, ele está ligado a nossas melhorias e ideais e sim nos preservam...

    minhas reverencias,
    que bom ter vc aqui!!
    bou ver seu blog,
    Ariovaldo

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  8. Por favor ! Qual o nome e origem dessa pedra com os dois seres ? Essa escura com gravuras

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  9. Qual o nome e origem da "pedra" com gravuras ?

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  10. Por favor ! Qual o nome e origem dessa pedra com os dois seres ? Essa escura com gravuras

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  11. Por favor ! Qual o nome e origem dessa pedra com os dois seres ? Essa escura com gravuras

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