domingo, 14 de outubro de 2012

A última fronteira – drogadição - Capitulo 2 de 2 - Parte 10


Um mergulho para cura da alma pela descoberta do amor aos pais.

Capitulo 2

Olá queridos amigos,

O capítulo 1 da parte 10 foi um dos posts mais lidos desta série, só perdeu para a parte 1, onde conto minhas agruras amorosas. Recebi também inúmeros e-mails, pontuando, concordando, discordando, fomentando, interpretando e também orientando. Interessante que aqui no blog foi o menos comentado.

Percebi que o assunto é polêmico, para alguns. Vimos no capítulo 1 que para cada tipo de carência existe um tipo de compensação, vamos recapitular:  

“Analisando as inúmeras orientações pessoais com este tema - meu padrão - o que li e estudei. Consegui mapear do seguinte modo: a pessoa que vive na solidão, não por viver sozinho, mas podemos dizer na solidão intrapsíquica, irá abusar do álcool, pode até parar por aí e ainda justificar-se que seu mal é somente e bebida alcoólica e o que isso tem demais?

Para quem vive no mundo dos sonhos evasivos, grandes projetos e pouca capacidade de realização, fará uso da maconha como esteio. Ela também está ligada ao desejo de mudar de vida, e pode funcionar como uma interação social, para os mais tímidos. Já a cocaína, e os psicotrópicos similares até mesmo os sintéticos, está associado a um desejo de sentir-se inteligente, bonito e satisfeito.”

Veja, na regra geral funciona assim, podemos acatar como regra geral um padrão que independente da situação, se repetem em diferentes pessoas, em diferentes situações. Agora, claro que quando vamos para a especificidade de cada um, tudo pode mudar, uma vez que cada ser humano possui seu próprio universo psíquico.  

O que me preocupou um pouco, foi como muitas pessoas tratam o assunto com certo tabu. Quando se vive na ignorância pode se ter uma permissividade com determinados assuntos e achar que tudo é natural. E para muitos, utilizar-se de diferentes substâncias para o dia a dia é algo completamente normal e que mal pode ter?

Interessante é que talvez um dia eu também tenha pensado assim. O fato é quando não trabalhamos nossas memórias para sermos livres e dominarmos o nosso ambiente de modo feliz, podemos defender que não existe mal nenhum de vez em quando drogar-se.

O grande entrave para um viver saudável é justamente as dependências psicológicas que vamos cultivando através das nossas carências, e já vimos também que carentes todos nós somos (na parte 9). Então como é possível ser livre? Em termos gerais, essas foram as maiores dúvidas que recebi em torno deste post.

O ensinamento da Seicho-No-Ie nos ensina que todo ser humano possui natureza divina, é o despertar para esta verdade que nos liberta de todos os sofrimentos. Então, ainda que aqui estejamos retratando diversas facetas dos sofrimentos, com o propósito de identificar e não de julgar, o que está por trás é a importância do despertar espiritual através da descoberta da possibilidade de amar e ser amado.

Isso só é possível, justamente porque o perfeito existe dentro de nós.

Quando nos acostumamos com o que não é verdadeiro, acatamos as ilusões como se elas fossem reais. Para viver uma nova vida, uma vida limpa de qualquer substância, precisamos de uma nova educação. Se você busca uma nova vida e continua com os mesmos hábitos da vida anterior, logo irá perceber que está vivendo a mesma situação do passado, no presente. Por isso que muitas pessoas necessitam de um acompanhamento sistêmico, para romper  assim o cárcere mental.

Fica claro que o homem precisa aprender a reconstruir o seu destino. O sonho é o principal veículo nesta etapa. Muitas pessoas marginalizadas em suas frustrações, não possuem mais essa capacidade de acreditar em melhorias e sozinhos não conseguem buscar a melhoria.

É preciso devolver o sonho para o homem.
É preciso ensinar o homem, novamente, a sonhar.
Sonhar é obter esperança, e no sonho, lançamos uma luz na alma para uma vida além das dependências.

Os problemas familiares e sociais são grandes entraves para quem busca uma libertação. Os ambientes violentos levam às pessoas a perderem a capacidade de colocar-se no lugar do outro. Extingue-se a compreensão, e a vida fica sempre voltada para o lado negativo, onde se enxergam apenas os problemas.

Quando se vive entre críticas e repreensões, e quando as crianças convivem nos ambientes onde os adultos ralham com gritos, estes são os suscetíveis a amadurecerem com carências psicológicas.

E, onde os adultos vivem em volta dos mesmos problemas, os jovens são incapazes de pensar em mudanças e reafirmam nos sentimentos que a vida é assim mesmo e replicam em suas vidas os exemplos dos adultos.

Um ambiente saudável é aquele onde a autoconfiança é cultivada com a disciplina necessária para o equilíbrio da ordem, onde o sonho esteja presente e prepare a criança para o futuro.

Porém, não existe culpado.
Não é o que o outro fez, é sempre a resposta que foi dada ao fato é que fará a diferença.

Já conheci muitos jovens que viveram grandes conflitos. Separação dos pais, perdas irreparáveis, entre outros tantos sofrimentos e ainda assim, hoje são pessoas brilhantes. Justamente por não encarcerarem-se na mente, vivendo da vitimização.

Mas, muitas vezes o ‘viver vazio’ é a manifestação de uma busca por uma vida diferente, um modo de livrar-se das vibrações negativas do lar.

Pessoas que vivem com medo, podem buscar as drogas com o propósito de entorpecer-se e, afastar o medo.

Certas pessoas só conseguem viver sem o sentimento de culpa porque camuflam os sentimentos com os vícios. Portanto, diz o professor Masaharu Taniguchi no livro A Verdade da Vida, vol. XVI que “enquanto viverem sentindo-se culpadas o vicío será um artigo de primeira necessidade para a sobrevivência do ser humano”.

Os medos primários brotam desses ambientes conflituosos, precisamos treinar e exercitar a harmonia familiar. Em qualquer configuração de família. Onde convivem pessoas é necessário esse treinamento para manifestar ali um lar em harmonia.

Se não houver essa diligência, de nada adiantará as campanhas de ordem explicativas que a droga, por exemplo, é um mal que pode destruir a vida, gerando outros males. Tentando fazer com que as pessoas deixem as drogas pela informação, tudo isso será irrelevante.

Diz o professor Masaharu Taniguchi, que para as pessoas que vivem com medo, se não houvessem a bebida e o fumo, esta vida se tornaria insuportável e triste, e elas se sentiriam como que encurraladas, censuradas por algo que chega a ser inexplicável.

Estou classificando o sentimento do desconforto como sendo um medo, mas também podemos ler como uma tristeza. E, a própria pessoa não consegue explicar claramente o que acontece, o que a leva a sentir tal tristeza e nem por que, e, como vem reprimindo essa consciência, com uma mentira inicial, depois com vícios ocultos até chegar a um completo abandono.

Portanto, por mais que se tente fazer a pessoa largar o vício, os esforços serão em vão enquanto não forem corrigidos as atitudes mentais, ao invés de mudar o modo de vida da própria pessoa.

Com o desenvolvimento da humanidade e  o consequente  aumento da complexidade da vida, houve também um crescimento nas causas que geram sentimento de culpa, medo e insatisfação. Levando cada vez mais as pessoas a um consumo maior de álcool e fumo no intuído de anestesiar esses sentimentos.

É preciso ensinar desde já, os jovens a manterem uma atitude mental natural, ensinar como viver sem sentimento de culpa, como amadurecer de modo correto, através dos sonhos por uma vida com significado, tornando-se autoconfiante.

São muitos os casos onde os adultos, ao invés de acolher e ajudar, apenas criticam os mais novos e estes passam a buscar uma vida dupla, indo beber e entorpecer-se prostituir-se onde não são criticados.

O acompanhamento se faz necessário para tratar o mal em sua raiz, caso contrário, é quase impossível refazer-se em sua cura interior. Deste modo estaremos trabalhando na prevenção de futuros males.

Mas, lembre-se o perfeito existe dentro de você, por isso, neste momento você também pode aniquilar qualquer mal em sua raiz.

Por isso, quero frisar novamente, não tenha medo. Busque ajuda.

Continua...
Ariovaldo Adriano Ribeiro
Fotos by Ariovaldo Ribeiro

2 comentários:

  1. Maravilhoso artigo. Reverências, muito obrigada!

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