Esta
obra tem a introdução de Daniel Goleman, autor de Inteligência social. Porém, o
que se destaca aqui é a trajetória de Rinpoche Yongey Mingyur, que se propôs a
revelar os segredos da meditação. Rinpoche, como é chamado, um título no budismo
que equivalente a doutor, trabalhou com neurocientistas e físicos e oferece uma
clara visão de modernas pesquisas, as quais indicam que treinar de forma
sistemática a meditação pode aumentar a atividade em áreas do cérebro
associadas à felicidade e à compaixão que constitui o cerne da abordagem budista
sobre a natureza da realidade.
RINPOCHE (2007, p. 30) descreve
que todos os fenômenos são projeções da mente. Segundo ele, infelizmente um dos
principais obstáculos que encaramos quando tentamos analisar a mente é uma
convicção profundamente enraizada e, muitas vezes, inconsciente de que nascemos
assim e nada do que possamos fazer pode mudar isso.
Ele ainda ressalta que viu esse
mesmo padrão pessimista em pessoas do mundo inteiro e que, inclusive, viveu
isso em sua infância. Para Yongey, mesmo conscientemente sem pensar a respeito,
a ideia de que não podemos alterar nossas mentes bloqueia qualquer tentativa
possível.
As
pessoas com as quais conversei que tentam fazer mudanças usando afirmações,
preces e visualizações admitem que muitas vezes desistem depois de alguns dias
ou semanas, por não verem resultados imediatos. Quando suas preces e afirmações
não funcionam, elas rejeitam toda a ideia de trabalhar com a mente,
considerando-a apenas uma promoção de marketing elaborada para vender livros (RINPOCHE,
2004, p. 31).
Em sua investida, Yongey afirma
que há um consenso universal na comunidade científica de que o cérebro é
estruturado de uma forma que realmente possibilita efetuar mudanças reais na
vivência cotidiana. Ele aprendeu com seu pai (no budismo, o conhecimento é
passado de pai para filho) e confirmou com a ciência que, se observasse cada
pensamento, sentimento e sensação passado pela mente, a ilusão de um “eu” limitado se dissolveria
para ser substituída por uma consciência muito mais calma, ampla e serena. “Como
a experiência altera a estrutura neuronal do cérebro, quando observamos a mente
dessa forma, podemos alterar a conversa entre as células que perpetua a
experiência de nosso próprio “eu”. YONGEY (2004, p. 41).
Para o autor, a prática da
meditação contínua poderá mudar a percepção do “eu” e do mundo ao seu redor, porém
isso não requer somente esforço, mas também tempo.
Continua...
Ariovaldo Adriano Ribeiro
foto by Ariovaldo Ribeiro
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