Para DUHIGG (2012), que passou duas décadas
pesquisando a formatação dos hábitos e como podem ser transformados, a chavepara mudar o que não funciona na vida está em estudar como os hábitos funcionam:
“Transformá-los pode significar a diferença entre vida e morte, sucesso e
fracasso”.
Conforme
DUHIGG (2012. p. 63), hábitos são mapeamentos do cérebro para rotinas. Ele
fundamenta essa teoria em uma experiência com ratos em um pequeno labirinto em
forma de T, com um chocolate em uma das pontas. O labirinto foi estruturado de
modo que cada rato ficou posicionado por trás de uma divisória, que se abriu
com um alto clique. No começo. quando ouvia-se o clique e via-se a divisória
desaparecer, o rato ia e voltava farejando os cantos, arranhando as paredes, e,
por fim, a maioria dos animais descobria a recompensa: o chocolate. Mas não
havia padrão: era como se estivessem dando um passeio descontraído, sem pensar.
Porém. as sondas utilizadas na pesquisa contavam uma história diferente.
Enquanto cada um deles percorria o labirinto, seu cérebro – e, em particular,
seus glândios basais – trabalhava intensamente. Após centenas de experimentos,
eles passaram a atravessar o labirinto cada vez mais depressa. E, dentro do seu
cérebro, algo inesperado aconteceu: cada vez que um rato aprendia a se orientar
no labirinto, sua atividade mental diminuía. À medida que o caminho se tornava
automático, os ratos começaram a pensar cada vez menos.
Esta
experiência mostra que o hábitos são armazenados nos glândios basais, e, quando
se tornam automáticos, permitem outras partes do cérebro adormecerem. Ou
melhor, repousarem, poupando energia para outras atividades.
Se imaginarmos
o cérebro humano como uma cebola, composto de camadas sobrepostas de células,
então as camadas de fora – as mais próximas do couro cabeludo – são geralmente
os acréscimos mais recentes de um ponto de vista evolutivo. Quando você cria
uma nova invenção ou ri da piada de um amigo, são as partes mais externas do
seu cérebro que estão em ação. É lá que acontecem os pensamentos mais
complexos. Mais fundo dentro do tronco cerebral – onde o cérebro encontra a
coluna – há estruturas mais antigas, mais primitivas. Elas controlam nossos
comportamentos automáticos, como respirar e engolir, ou a reação de um susto
que sentimos quando alguém pula de trás de um arbusto. Mais para o centro do
crânio há um nó de tecido do tamanho de uma bola de golfe, que é parecido com
aquilo que se encontra dentro da cabeça de um peixe, réptil ou mamífero. Esses
são os glândios basais, um oval de células (DUHIGG, 2012, p. 64).
Segundo
Duhigg, o processo em que o cérebro converte uma sequência de ações numa rotina
automática é chamado de “chunking”
(agrupamento) e está na raiz de como os hábitos se formam.
Para
o autor, o cérebro opera sempre diante de um desafio, buscando uma deixa que
lhe forneça uma pista de qual hábito usar. Esse processo dentro do cérebro é um
loop de três estágios: uma deixa sendo
um estímulo que manda seu cérebro entrar em modo automático e indicando qual
hábito ele deve usar. Depois, há uma rotina que pode ser física e mental ou
emocional. E, por fim, uma recompensa, que faz com que o cérebro racionalize se
vale a pena memorizar esse loop
específico para o futuro.
Segundo
Duhigg, ao longo do tempo, este loop:
deixa, rotina, recompensa, vai se entrelaçando até que surja um poderoso senso
de antecipação e desejo.
Os
hábitos não são inevitáveis, eles podem ser ignorados, alterados ou substituídos.
(DUHIGG, 2012, p. 81).
A
criação de novos hábitos passa por esse processo da deixa, rotina e da
recompensa, mas, para ser validado como novo, deve satisfazer um anseio. São os
anseios que impulsionam os hábitos. E, ao descobrir como criar um anseio, torna-se
mais fácil criar um novo hábito. O anseio é o desfrutar antecipadamente de uma
recompensa.
Então,
na formação do hábito, um desejo pode dar sentido à trajetória como também
colocar tudo a perder.
Tudo
é feito com o objetivo de estabelecer uma rotina. Assim, pode-se mudar qualquer
hábito, ao manter a deixa, trabalhar com o mesmo anseio, e oferecendo a mesma
recompensa, altere a rotina. A nova rotina poderá ser o novo hábito.
Duhigg
ainda descreve que existem também hábitos angulares, que são como valores plasmados
na memória, tais como: força de vontade e disciplina. DUHIGG (2012, p. 384)
destaca também que a força de vontade é o hábito angular mais importante de
todos para o sucesso individual.
Segundo
ele, a força de vontade é um músculo, como aquele dos braços e pernas, e fica
também cansado quando se esforça mais. E, quando cansado, deixa menos força
para as outras coisas. Deste modo, é
preciso aprender a dominar e administrar os hábitos para não se tornar refém
deles.
continua...
Ariovaldo Adriano Ribeiro
fotos by Ariovaldo Ribeiro
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