sábado, 10 de dezembro de 2011

Vícios ocultos - parte 3


Um mergulho para a cura da alma, pela descoberta do amor aos pais. 
Na caminhada, enquanto estamos nos definindo, ou mesmo descobrindo quem somos, é comum cometermos algumas “tolices” na busca pela nossa identidade. 
Só que tudo isso é praticado na mais pura inocência.
Na inocência dos atos praticados, refletimos, nos arrependemos e conseguimos dar um rumo diferente para nossa vida.
Quem não reflexiona não se conhece, quem não se descobre, pode vir a cometer erros muito maiores na vida adulta ou até mesmo perder-se para sempre.
Todos os atos praticados no agora são resultados de carmas do passado, até mesmo o fato, por exemplo, de um indivíduo viciar-se em sexo por dinheiro, é resultado de um carma do passado.  Este é apenas um dos exemplos de coisas que acontecem com alguns jovens na atualidade.
Já conversei com algumas pessoas que justamente para justificar o desejo de estar com alguém do mesmo sexo, utilizava-se do dinheiro, daí conseguia achar que não era o que ele queria, mas que era apenas uma necessidade financeira.
 A sexualidade é algo muito complexo.
Todos os padrões mentais, tudo nesta vida pode ser mudado.
Pode ser alterado, corrigido.
Uma vez orientei um jovem, que hoje está namorando e feliz, mas que na época mantinha a sensação de que a mãe dele sempre o assediava, ele tinha lembranças da adolescência de sentir a mãe o tocando de modo diferente, ou mesmo o masturbando enquanto ele dormia.
De fato ele nunca soube se isso acontecia, ou se era apenas um sonho, uma fantasia, porém na sua mente, tudo era tão real, que o levava a sentir-se impuro.
Esse sentimento cresceu em seu coração de modo que ele vivia cada vez mais infeliz, carregando o peso de um pecado involuntário praticado com a sua mãe.
Qual foi o resultado deste sentimento impuro, armazenado na mente?  Um dia sem mais nem menos no banheiro da escola tomando banho com um amigo, ele começou  a masturbar esse seu amigo.
Com isso a sua mente ficou ainda mais perturbada, o sentimento de “pecado” o atormentava constantemente, sentia-se impuro e sofria.
A dor em sua alma pelo peso da culpa passou a ser física. Tinha diversos problemas de saúde. Ele buscou abrigo na bebida, e quando saia da faculdade, “enchia a cara”, procurava “garotos de programa”, entregou-se a libertinagem, começou masturbando-os no carro, depois teve coragem de pegar os rapazes para apenas dormir com ele, até chegar a manter relações sexuais sem o uso de preservativos, colocando em risco a sua vida.
Quando o conheci em um Seminário na Academia, ele aparentava ser seguro de si, um jovem bonito, jamais ninguém poderia imaginar que sofria tanto assim.
No início ele procurou ajuda para falar da sua saúde frágil e outras coisas, e aos poucos foi revelando o seu sofrimento.
Conversei com ele, há poucos meses, o encontrei em um evento da Seicho-No-Ie, com a sua atual namorada, completamente refeito e feliz em poder estar construindo uma nova vida, livre das fraquezas que o atormentavam.
Pedi-lhe autorização para contar o seu relato, utilizando o seu exemplo em palestras para jovens, e até já falei sobre isso em alguns lugares, como um alerta para o modo de vida utilitarista, onde consumimos o tempo, as pessoas, descartamos a nossa vida do mesmo modo que fazemos em muitos momentos com o lixo sem ao menos nenhum cuidado.  Mesmo sendo uma passagem forte e de cunho muito pessoal, e claro, preservando sua identidade, justamente para ilustrar como é possível livrar-se das mais profundas carências é que estou trazendo aqui essa reflexão.
Muitas pessoas nas carências julgam-se uma aberração da natureza.
Uma vez ele teve coragem de pedir ajuda para um amigo. Que foi conversando - todo solicito - isso não é nada, mas um dia aproveitando-se de sua fragilidade (acredito eu), teve uma relação com ele e depois passou a extorquir-lhe em troca de manter segredo e não contar para os seus pais.
Isso fez com que ele ficasse com mais raiva de si, da vida, e das pessoas e se entregou cada vez mais a uma vida dupla, perfeito pra todos, e vagante nas noites em busca de sexo.
Depois do seminário na academia, acompanhei-o por nove meses, com orientações dentro de uma prática de “regestação”, onde ele pode reeditar a história do seu nascimento. Hoje ele está namorando uma garota, depois das praticas ele ainda teve relações com outros homens até pensou em namorar um, enfim, um ano depois ele conheceu uma garota que para ele - por enquanto - está bom, o fantástico de tudo é que deixou a vida dupla, aprendeu a ser fiel e recuperou a sua paz.
Sabe, quando ele teve disposição para conversar comigo, a primeira pergunta que me fez é se eu era gay, eu não entendi nada, como ainda não sabia de seus dramas, mas depois eu vi que ele estava com medo de confiar novamente em alguém e esse alguém se aproveitar dele. Mesmo se tratando de uma orientação pessoal.
É triste, muito triste, quando tudo isso acontece. Quando perdemos a esperança de que podemos mudar a nossa vida.
Uma vez, eu conversei com um Senhor, casado, com duas filhas, que chorou compulsivamente, contando que no mínimo, uma vez por semana ele precisava recorrer a “garotas de programa”, um vício mantido em segredo há anos, e não entendia como não conseguia libertar-se.
No caso dele, também a leitura assídua dos livros da Seicho-No-Ie, e a prática da Meditação Shinsokan, mas o auxílio na reunião local, o fizerem sair do poço da mais profunda amargura para uma vida livre.
Igualmente existem também muitos outros vícios ocultos que levam as pessoas as mais variadas torturas.
Uma vez um jovem me procurou para liberta-se da libertinagem pela internet.
No mundo paralelo ele criava personagens para ser aceito e brincava de ser feliz.
A mentira, também pode ser um vício oculto. Quando você precisa criar uma nova realidade como fuga da atual vida solitária, e mesmo na nova realidade, você é infeliz. Uma vez que cada mentira atrai outra situação igualmente mentirosa, o que gera mais decepções. E, para esconder os sentimentos se alimenta de uma nova mentira, tudo isso passa a ser o vício da mentira.
Uma vez, uma jovem me contou que na carência, pulava a janela de sua casa, e acabava se envolvendo com o primeiro que encontrava na rua. Desde o mais elegante rapaz ao mais maltrapilho ser que escolhe viver como “lixo humano”.
Na carência, qualquer cachorro rabugento que passa pela rua abanando o rabo nos leva com ele. Na solidão se mendiga o amor.
Eu também tive os meus vícios ocultos, um deles foi fumar escondido por quase vinte anos. Toda noite, consumia uma carteira de cigarros fumando um atrás do outro sem parar até acabar o maço, e às vezes ainda saia na calada da noite pra comprar mais.
Graças a Deus faz três anos que deixei de fumar, através da prática de “Purificação da Mente” da Seicho-No-Ie.
Muitas pessoas buscam a felicidade na satisfação dos desejos.
Todo mundo pode se libertar dessas algemas.
Quem decide ser feliz consegue, mas quem foge de si, buscando nas rotas de fuga um modo de satisfazer-se, utilizando-se das pessoas como se tudo pudesse ser descartado, acaba sempre morando na viela da solidão.
É muito importante o homem ter o conhecimento correto das coisas.
Buda ensinou que o primeiro passo para a iluminação é o conhecer.
Precisamos saber o verdadeiro aspecto das coisas, e descobrir a nossa verdadeira essência. A nossa Imagem Verdadeira.
No livro para Realizar o Amor e a Oração, a Seicho-No-Ie nos ensina dentro de outra perspectiva o que é a Vida. Vejamos a seguir:
“O homem e a sua Vida, são auto-expressões de Deus. Deus é o Criador. O Criador precisa de instrumentos para Se manifestar, assim como o escritor necessita de revistas e livros para publicar suas obras, e o pintor de tela e pincel para criar sua arte. Assim para expressar os Seus múltiplos aspectos, a infinita capacidade, beleza e alegria, Deus precisou criar grandiosas obras chamadas “Vivência” e “Universo”, utilizando-se do ser humano, que é dotado de infinita multiplicidade, beleza e força. A Vida é um palco criado por Deus. (Deus não cria o roteiro, mas sim um palco e os atores.) Deus cria infinitas “ramificações” Suas, que são filhos de Deus, e eles como atores, representam várias peças. Assim nesta vida são apresentadas peças dos mais variados enredos: histórias de amor infeliz, de luta, de doença, de harmonia etc. Mas tudo isso são representações. Mesmo que estejam ocorrendo situações tristes e difíceis, elas não passam de representações teatrais. Na verdade, o artista não está sofrendo, não está doente nem passando por dificuldades. Mesmo que o personagem morra na peça, ao descer o pano, o ator se retira para o camarim, toma lanche e conversa alegremente com os colegas. Analogamente o verdadeiro ser humano não sofre, não adoece e não morre; ele é um filho de Deus, indestrutível e imortal, é uma “ramificação” de Deus.” In Para Realizar o Amor e a Oração – Seicho Taniguchi
Abandone o que já passou, quem fica preso no passado, não consegue construir uma nova vida.
Cada sensação vivida deposita em nossos corpos mais sutis uma vibração. Essa energia vai solidificando-se até formatar um padrão.
Esse padrão vibra na nossa alma e constitui um poderoso magneto, que atrai para si as mesmas ondas compatíveis com a vibração do emissário, em função disso é que somos prisioneiros do carma. No ciclo do vício da mente, a história sempre se repete.
Sentindo solidão e sofrimento, a mente interpreta que falta alguém na nossa vida, e na cabeça permanece o desejo de possuir qualquer um que surgir na sua frente. Para aplacar a solidão.
No volume 1 de a coleção A Verdade da Vida, consta o ensinamento que nosso corpo nós recebemos dos nossos pais, quando não conseguimos viver em harmonia com a nossa história pessoal e com os nossos pais a tendência, sempre inconsciente, é a de jogar o corpo fora.
É através do amor aos pais que podemos sentir o amor de Deus, em nossas vidas.
Continua...
Ariovaldo Adriano Ribeiro
fotos by Ariovaldo Ribeiro

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Poema de autodestruição - parte 2


Um mergulho para a cura da alma, pela descoberta do amor aos pais. 

À medida que uma criança vai amadurecendo, vastas mudanças circundam sua vida. Entramos na puberdade em um momento crucial, onde passamos a contar mais com os amigos. O espaço que era até então individual, alguns compartilhados mais com os familiares, agora são divididos mais com as amizades.

Neste momento é natural a preocupação em ser aceito pelos outros, e é natural as paixões adolescentes e os ciúmes até pelos amigos.

Conforme se abre o coração, experimentamos novos níveis de sentimentos, muitos são confundidos com o amor verdadeiro, mas na verdade não passam de “apegos” a condições externas, frutos das mais profundas carências.

Assim, também o corpo segue da puberdade para o amadurecimento chegando-se a fase adulta. 

Experimentam-se sensações diferentes, muitas delas ligadas aos nossos sentidos.

Algumas sensações e percepções são por vezes aceitas com entusiasmos, e outras vezes detestadas por trazerem novos anseios e vulnerabilidades. Por despertar sentimentos e interesses em situações que ainda não foram experimentadas.
Este é um ponto crucial, dependendo do ambiente familiar, ou mesmo da influência que os amigos exercem neste período pode-se, e é possível que o adolescente se desiquilibre emocionalmente, arrebentando-se nas paixões, ocasionando complexos e solidão que pode vir a acompanhá-lo por toda vida. Mas claro que em outro contexto, ainda que com tantas mudanças e paixões, muitos adolescentes conseguem chegar à vida adulta vivendo suas experiências, as descobertas do “eu”, de um modo natural onde tudo flui na maior harmonia.

Desta forma, entendemos que o ser humano passa por grandes mudanças em sua realidade emocional e nos seus atos. Até a sua rebeldia expressa essa confusão.
Num momento ele é criança e no outro já é adulto.

Muitas são as pessoas que por não terem um amadurecimento perfeito, encontram-se agora na vida adulta com todas as misérias de sentimentos.

E a pergunta sempre é: onde foi que eu errei? Onde foi que me perdi? Onde foi que deixei de acreditar? 
 

Onde está aquela criança com tantos sonhos?

O ser humano repete agora todas as fases do crescimento que experimentou, mas com uma diferença. Na infância o “eu” era como o centro do universo. Era eu, papai, mamãe, meus familiares e meus amigos.

Agora é um relacionamento “eu” e “você”.
O “eu” passa a não existir sozinho, e a busca do bem estar depende de ajustamentos apropriados ao “não-eu”.

Quando não se consegue viver com o outro, ou mesmo ter o outro, embebeda-se da mais amarga taça dos sentimentos de solidão, que é causadora de toda forma possível de abandono, dores, entregas, vazios e das mais variadas doenças psíquicas, até inimagináveis.

Isso é causado, em parte, pelo fato de não “possuir” o “outro”, ou mesmo o objeto do amor, como possuía no caso dos pais ou dos brinquedos.

Seu bem estar depende de uma equilibração de seus atos a fim de “convencer” o ser amado a amá-lo, ou pelo menos, assim acredita-se.

Isso faz pressão sobre a psique, levando-o a oscilar entre o que ele pensa ser ou quem ele pretende ser, para simplesmente ser aceito pelo outro. De acordo com o que se imagina que ela quer que o outro seja e vice-versa.

O que na vida adulta esquecemos é que tudo isso já ocorria na relação com os nossos pais. Os nossos sentimentos foram construídos na afetividade desde a vida intrauterina até a descoberta de que somos seres com capacidade de discernimento.

Muitos dos nossos roteiros também são arquivos de outrora. Acompanham a nossa alma.
São os responsáveis pelo nosso ambiente, é através dele que pudemos nascer de nossos pais.

Eu, por exemplo, depois que renasci do seio da minha família, mantive sem perceber um poema de autodestruição. Nos desejos autodestrutivos, o homem trava verdadeiras guerras psicológicas contra si mesmo.

O medo de perder, de ser abandonado é trazido à superfície porque a qualquer momento, o ser amado pode escolher outro. São muito complexos esses padrões mentais.

E, por vezes nos faz pensar em quem eu finjo ser?

Ou mesmo, quem eu temo ser? 

Até chegar ao despertar para quem eu sou de verdade.

É neste momento crucial da vida, que passa a atuar a lei do carma.

O nosso destino, o modo como vivemos e os nossos sentimentos não foram impostos compulsoriamente por Deus.

Nossas experiências mais profundas são acontecimentos circundantes da “lei de causa e efeito”, onde determinada atitude gera determinado comportamento, que cria uma nova atitude, e gera outro comportamento ou repete o mesmo em outras circunstâncias com outras pessoas, mas onde tudo continua em torno do mesmo sentimento. 

Trocam-se as “marias, as baquianas e os guaranis”, mas a vida experimenta sempre o mesmo sabor amargo da solidão.

O professor Masaharu Taniguchi, ensina que o destino em geral já está definido logo no nascimento.  Nascemos neste mundo inúmeras vezes e os carmas acumulados em vidas passadas postulam demarcando a nossa vida atual.

Precisamos entender que todas as nossas atitudes, todos os nossos pensamentos, todas as palavras que pronunciamos, constituem “ondas vibratórias” que nossa vida vai emitindo, elas vão tomando forma construindo nosso destino. Primeiramente acumulando-se em nosso campo mental, formando nossas estruturas de mente, do modo de ser, pensar e agir. Vão se retro alinhando, são sedimentadas nas camadas profundas do nosso subconsciente, e são padrões que sem a nossa gerência, governam nossas vidas e nos fazem viver muitas situações dependendo claro, dos nossos arquivos, verdadeiros infernos de torturas.

Claro que conscientes, não é esse tipo de vida que buscamos. Não é desta forma que queremos viver. Mas sem o mínimo de estabilidade, somos arrastados pela força do carma  ao abismo.

Aqui, cabe um grande alerta: Calma! O destino não é fatalista.

Aquele que amadureceu na prática do bem, brilha na aurora da vida.

Ainda assim, os arquétipos construídos em nosso reino mental, não são prisões prontas desde a mais remota vida passada, sem nenhuma possibilidade de mudanças.

Esses modelos estão sendo criados de momento a momento, segundo ações combinadas de diferentes espécies de seres vivos, que fazem parte do nosso universo.

Vejamos em dois textos o que a Seicho-No-Ie fala a respeito do nosso destino:

“Segundo o volume 9, desta coleção, a metade do destino do homem depende da soma total dos pensamentos e atos de encarnações anteriores; um quarto depende do esforço próprio, isto é, de seus pensamentos e atos atuais; e a quarta parte restante depende da ação dos seres elevados do mundo espiritual (no cristianismo, os chamados anjos) que sintonizam com o esforço, a fé e o pensamento da própria pessoa e que corrigem o “filme do destino” (existente no mundo espiritual) antes de ser projetado do mundo espiritual para o físico.”  A Verdade da Vida, vol. 4, prefácio

“Compreendemos que um terço do nosso destino depende do acúmulo dos carmas em vidas passadas, e outro terço, dos esforços, boas ações e mudanças mentais na vida atual. O terço restante pode ser modificado pela correção amorosa de Deus, efetuada por vibrações mentais de espíritos superiores.” Descoberta e Conscientização da Verdadeira Natureza Humana.

Deste modo o homem pode mudar sua vida a qualquer momento. A ele é lhe dado o direito e a liberdade de escolha, de como ele quer viver sua vida.  Por exemplo, uns nascem paupérrimos, outros em lares com muitas provisões, umas saudáveis, outras doentias. Tudo isso está ligado aos padrões vibracionais que cada ser carrega em si.

Assim, o destino atual é fruto dos pensamentos e ações do passado, de forma que para mudar o destino futuro, basta modificar os pensamentos e ações do presente.

Agora, quando os padrões são sentimentos autodestruidores como mudar?

Por razões desconhecidas o que emerge no coração de muitas pessoas, são tristezas profundas, pensamentos destrutivos e em muitos momentos uma vontade incontrolada de morrer.

Eu fui orientado, na Seicho-No-Ie, pelo então preletor Valdir Rodrigues Jorge, que para mudar a minha mente, extirpar o poema de autodestruição, essa vibração ininterrupta que nasci para não dar certo, eu deveria mergulhar na leitura dos livros da Seicho-No-Ie.

Porque a Verdade liberta, de todo mal e de toda opressão.

Se você nasceu, essa é a prova maior que “agora” pode corrigir o seu destino.

Continua...

Ariovaldo Adriano Ribeiro. 
fotos Ariovaldo Ribeiro e arquivo pessoal.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Um mergulho para a cura da alma, pela gratidão aos pais.


Fui viciado em paixão                                        parte 1

Não pretendo aqui, escrever um tratado de como livrar-se do vício da paixão, apenas busco analisando a minha própria trajetória, lançar uma luz neste tema que tanto angústia a alma humana.

Através da minha experiência utilizando-se do ensinamento da Seicho-No-Ie, libertei-me de carências profundas. E aqui vou fazer uma tentativa de compartilhar esse aprendizado.

Espero que você também possa tornar-se cada vez mais feliz libertando-se de todas as mazelas da alma.

(AJSI -  Rolim de Moura)
Hoje me considero uma pessoa extremamente feliz. Através de minha dedicação voluntária como preletor, possuo o privilégio de poder levar o ensinamento para inúmeras pessoas – isso é uma grande bênção, e se não bastasse, hoje também atuo como funcionário da SEICHO-NO-IE DO BRASIL, o que me possibilita comungar deste ensinamento initerruptamente.

Pensando a respeito de tudo, sinto que realmente tenho muito para agradecer, e por mais gratidão que eu tenha do meu ponto de vista ainda estou em débito pelas inúmeras bênçãos que Deus me proporciona.  


Ainda tenho muito que aprender, mas o pouco que hoje aprendi, permita me compartilhar:

Eu sofri durante anos de carência afetiva, o que me fez buscar toda sorte de amor, pensando justamente que alguém ou algo poderia sanar minha solidão.

Assim, fui crescendo buscando vários amores. Logo na infância eu percebi o quanto sofria por amor, e desde tenra idade, curtia uma solidão inimaginável.

(No, Deia, Ari e Dri)
Tive muitos amores, muitas que amei com todas as forças, outras que me amaram, algumas pude corresponder de modo saudável, outras tantas eu magoei de modo involuntário com traições e enganações.

Até que aos vinte e três anos, loucamente me apaixonei, acabei morando junto com ela, e foram quatro anos em que colhi tudo o que semeei. Quando resolvi ser fiel, colhi os frutos da minha semeadura. Na época fui orientado por grandes preletoras que se hospedavam em minha casa, como Ilona, Sueli Cornelsen etc., fiz de tudo para salvar meu casamento, mas na verdade enquanto eu ainda mantinha a carência no coração nenhum amor se sustentava.

Depois de quatro anos, de sofrimento, encontrei dentro da minha alma, aonde vinham minhas carências.  A ausência do sentimento de gratidão pelos meus pais. (mais na frente pretendo detalhar melhor esse processo).

No Budismo podemos chamar tudo isso de experiência da Roda da Vida. Porém, existe uma grande diferença em dizermos que estamos presos na Roda da Vida, ou que estamos na experiência da Roda da Vida.

Presos na carência somos vítimas. Quando adquirimos clareza dos nossos sentimentos, assumimos uma responsabilidade pelos nossos atos e buscamos antes de ferir as pessoas, corrigir nossas atitudes. 

Demorei um pouco para entender que eu precisava antes de tentar conhecer alguém, descobrir como é que eu funcionava na presença desse alguém.

Este é o significado do namoro na Seicho-No-Ie.

(minha família)
Namoro, não é uma oportunidade de sexo seguro, sem o uso de preservativos, namoro não é para você conhecer o corpo do outro, namoro é para você descobrir justamente como é que você funciona na presença desta outra pessoa.

Se não nos conhecermos, se não desenvolvermos a capacidade de auto-respeito, seremos eternas vítimas de toda a mazela afetiva do mundo, justamente pela falta deste discernimento.

Mas de onde vem esse auto-abandono? De onde brota está carência?

Quando me entendi como “um ser” com capacidade de raciocínio eu morava na cidade de Nova Esperança, Paraná. Foi lá que ganhei minha primeira revista da Seicho-No-Ie, catando papel na rua para vender no ferro velho.

Essa revista foi a primeira semente que entrou no meu lar, e começou a mudar minha história.

Isso foi aos nove anos de idade. Ainda sem condições de mudar os meus padrões mentais fui crescendo, buscando nos outros aplacar a dor que minha alma carregava.

Na quarta série, tive meu primeiro amor, quantas promessas, e foi nesta época também que percebi que precisava de mais de um amor pra ser feliz.

Bem, eu amava muitas mulheres isso não significava que tinha todas. Mas o fato de não conseguir ser feliz no atual namoro, buscava outro e ia migrando de “a” para “b”, “c”, “d”. Estando com “d”, ficava pensando que “a” é que era amor de verdade, isso só mostrava o quanto na verdade eu era infeliz.

Vivendo dentro do problema é quase impossível detectar que de fato temos um problema. 

Sem o mínimo de discernimento espiritual, somos vítimas da nossa própria trajetória.

Fui vítima durante muitos anos de uma carência quase incontrolável.

Mas Deus, sempre está nos orientando, e também nos conduzindo a oportunidades de mudanças.

Se avaliarmos a nossa vida, vamos perceber que Deus sempre esteve ao nosso lado, nos convidando a corrigir a nossa postura e passar a viver com dignidade.

E Deus agiu na minha vida, e justamente através de uma paixão fui para a Seicho-No-Ie.

Morando em Cacoal, Rondônia estudando na Fundação Bradesco, e através da Tatiana – claro por quem me apaixonei – que fui para a Seicho-No-Ie. Foi por um convite dela que participei do Seminário da Luz em Cacoal com orientação do Professor Miyoshi Matsuda.

Nunca tive nada com a Tatiana, que hoje é uma grande amiga, que só ficou sabendo desta paixão há pouco tempo. Muitas paixões eu cultivava em silêncio, só para dar um nome ao meu sofrimento e a minha necessidade de rebeldia, uma ingratidão alimentada por uma força que eu julgava ser externa. 

Como se o outro fosse o responsável, damos nome, cor, aroma, sabor ao sofrimento. Nos amarramos as mais complexas relações para justificar porque sofremos.

(Em, Rolim na volta da SNI -JIPR)
No ano seguinte, mudei-me para Rolim de Moura também em Rondônia. 

Lembro-me como se fosse ontem, minhas primeiras reuniões da SEICHO-NO-IE, no Núcleo de Rolim de Moura. Recordo-me dos primeiros livros com muita saudade.

Na época como não dispunha de muitos recursos, eu e meu amigo Lutimar começamos a montar a nossa biblioteca particular, comprávamos os livros dividindo o seu valor. Líamos avidamente. Lembro-me com muito saudosismo nossas discussões filosóficas, coisas que eu não entendia, coisas que eu não aceitava, e assim íamos aprendendo o que era  o modo de viver do ensinamento.

Nos reuníamos para treinar a Meditação, foram tempos maravilhosos, guardados no solo da minha memória com grande gratidão por todos. Pelas oportunidades que me proporcionaram para estudar e ir colocando-os em prática.

Graças à paciência do então preletor Valdir Rodrigues Jorge e sua esposa Neuza, aos poucos fui compreendendo como viver na prática o que estava estudando.

(Haresh, Ednei e No em Rolim)
Aos dezoito anos, fui indicado para prestar exame para Líder da Iluminação, naquele tempo, era necessário apresentar um tema diante de uma banca composta pelo Conselho Doutrinário Regional. O meu foi o livro a Verdade da Vida, volume 4, seu estudo foi um grande despertar espiritual, dentre os inúmeros que já vivi na Seicho-No-Ie

Essa pré-seleção também se constituía de uma avaliação do treino do Canto Evocativo de Deus no original em Japonês. Passado este teste, e depois de aprovado prestei exame na cidade de Cuiabá, uma viagem fantástica, eu, Jocirene a filha do Valdir, e ele, que na ocasião estava realizando prova para promoção de grau.

Tempos depois fui responsável doutrinariamente pela reunião do Núcleo de Nova Brasilândia do Oeste, Rondônia, e durante dois anos toda quarta-feita eu fazia este trajeto, de “Rolim para Brasilândia”. Ás vezes eu dormia por lá e voltava no dia seguinte, porém, sempre procurava voltar no mesmo dia.

Muitos amigos foram companheiros dessas viagens como o Eduardo, Amorim, Flávio, Gustavo, Sandro e Valdete, que às vezes também iam fazer palestras comigo. Hoje percebo que esta experiência foi muito importante para minha formação como preletor da Seicho-No-Ie.

Tive oportunidade também de atuar como presidente regional da AJSI, e chegamos a ter onze reuniões espalhadas pelos diversos municípios da Regional RO-Cacoal.

Assim que fui designado como presidente, tivemos uma reunião especial em Rolim de Moura  com o preletor Valdir, convidei todos os meus amigos. No final ele me chamou para me anunciar como presidente regional e no mesmo instante, eu chamei os meus amigos presentes para o palco e em seguida fui compondo a minha diretoria nomeando-os: você é tesoureiro, você é secretário, você é presidente de AL, todos foram pegos de surpresa, e para a minha surpresa foi um sucesso.

Alguns até, depois se tornaram Líderes da Iluminação, esta época deixou muitas saudades. 

(AJSI - Rolim de Moura)
Quanta gratidão eu tenho por eles, muitos são mais que amigos, verdadeiros irmãos e mestres em minha caminhada, muito obrigado: Valdecir, o “Norberto”, a Cida “preta”, Andréia, Adriana,  Ana Paula, Alberto Fachini, Flávio, Alberto Segundo e Wilza que foi minha namorada. Todos da Seicho-No-Ie achavam que éramos um casal vinte, mal o povo sabia o quanto brigávamos de ciúmes e talvez tenha sido esse o motivo da nossa separação, que na época muita gente não entendeu. 

Eu era muito jovem, sem condições de discernimento, mas ainda assim lembro que fomos muito felizes, em nossas alegres, entusiásticas reuniões e tudo isso nos proporcionou viver a juventude tendo como pano de fundo o ensinamento da Seicho-No-Ie.

A Wilza me impulsionava a sonhar, e foi graças a ela, que em definitivo, não voltei ao uso de drogas, porque mesmo conhecendo a Seicho-No-Ie, ainda vivia tempos de muitas carências.

Quem me amava eu não amava. Quem eu amava às vezes nem me conhecia. Tive muitos amores platônicos, lembro-me de uma que foi a minha primeira professora de inglês. Uma paixão que eu nunca confessei, afinal ela namorava um grande amigo meu. Em outro momento conheci uma jovem peruana, em um seminário na Academia de Ibiúna-SP, por quem me apaixonei. Um romance, por cartas que durou quase quatro anos. Sempre me pergunto como teria sido. Todos os dias eu lhe escrevia, confessando o meu amor. Há pouco tempo ela me contou que muitas cartas sua mãe escondia, e não lhe entregava, penso que o “Espirito Santo de Deus” a protegeu deste amor fruto de uma carência.

Teve também a Alessandra, um amor terno, doce, maduro. Estranho é que eu não me sentia digno e nem preparado para viver algo assim, de fato como não doía, não machucava, eu achava que não era amor. 

Como é engraçado o sentimento humano, em muitas situações as pessoas fogem da felicidade, buscando-a em amores impossíveis, vagam pela vida com os nervos extenuados sofrendo sem perceber que este amor não está fora.

Tive muitas paixões de Academia também, no término de cada seminário eu voltava pra casa e o meu coração ficava na Academia, foi assim também com a Rosi, que hoje é uma grande amiga.

Isso foi só uma amostra, tiveram muitas outras, que não é necessário nominar só sei que a cada experiência, mais solidão e complexos de inferioridade eu nutria. E em mais amores impossíveis eu me enroscava.

Demorei muito para entender o que eu buscava. Muitas pessoas são aleijadas na conjugação do verbo amar. No meu caso, vivi muitos anos praticando o amor “egoísta”.

Nesta época, eu me reconciliei com a minha história, me harmonizei com a minha mãe, renasci no seu da minha família, já vivia uma nova vida. Já amava minha mãe.

Pensava que praticamente tudo já estava perfeito.
Mas ainda faltava uma coisa...
Continua...
fotos arquivo pessoal.

domingo, 13 de novembro de 2011

Um vilão chamado "ego".


Estava lendo o livro Por que é Assim - Diálogos na Academia da Vida, de autoria do Professor Seicho Taniguchi no tópico “Mudando o nosso próprio comportamento”, deparei-me com uma explicação que me fez refletir a cerca do “EGO”.

O egocentrismo é um grande vilão que nos rouba a permanência do status da alegria. O ato de beneficiar alguém, seja através de um sorriso, um abraço ou uma ação virtuosa, pode ser rapidamente sucumbido se o “ego”, apoderar-se desta ação.

Existem claro, muitas perspectivas quando estamos falando do “ego”, cada ciência pode interpretá-lo de uma forma. E até mesmo o “ego” pode ser um grande aliado na auto-estima, um excelente companheiro da ambição, um motivador natural que nos impele ao crescimento e a melhorias.

Mas, nesta reflexão, quero falar do vilão. Por vezes esse ‘vilão’, está mascarado em boas intenções, oculto através de promessas e esperas. Ainda que seja por mudanças ou mesmo melhor qualidade de vida no trabalho, e no relacionamento com amigos e familiares.

O bem estar é desejo natural do ser humano que busca instintivamente a construção do paraíso na Terra. 

Agora, quando este bem estar vem acompanhado da necessidade de aprovação das outras pessoas, há algo errado. Na verdade esse bem estar tem em si, a ação do “ego”, um desejo de ser reconhecido exacerbado por uma necessidade de estar acima das outras pessoas.

Outra característica dessa postura é a encontrada no Budismo Tibetano; quando fala do “Reino dos semi-deuses”, uma espécie de altar de si mesmo, em uma tentativa de glorificar-se como deus, recebendo as bajulações, aplausos e elogios dos demais. São tão cegos, e utilizam-se do seu pedestal para cegar e hipnotizar os outros construindo “igregimos” onde são adorados.

Uma vez, aprendi uma importante lição com uma amiga do Rio Grande do Sul, preletora Zeli Terezinha Bellan khan, comentando a respeito dos aplausos que por vezes os preletores recebem por ocasião das palestras sobre o ensinamento da Verdade. Temos que tomar muito cuidado para não confundir o aplauso que vibra com a Verdade, achando que este está vibrando pela boa eloquência ou desenvoltura do preletor, e com isso deixar iludir-se, achando já ser a própria manifestação de Deus, na Terra.

Claro, que todos nós temos Deus em nosso interior, e possuímos capacidade infinita. Podemos sim, realizar obras tão grandiosas, como foram as feitos pelo Nosso Senhor Jesus Cristo, ele mesmo assim nos ensinou. 

Mas, é  por possuir Deus que não devemos jamais nos esquecer de que tudo é GRAÇAS A DEUS.

Graças a Deus. Tudo é graças a Deus, minha vida é Vida de Deus, meu dom é Dom de Deus, meu trabalho é Trabalho de Deus, tudo vem de Deus, sou um instrumento que vibra a Vida de Deus e vivo Graças a Deus.

Deste modo temos que tirar o “ego” do altar, das nossas vidas, e no lugar dele instaurar na nossa caminhada Deus como sendo o nosso centro.

Já vi muita gente talentosa não ser reconhecida, já vi muita gente competente vivendo uma vida sem significado e vazia, mas já vi também muita gente vivendo aparentemente bem, no seu altar, e sofrendo em muitas áreas da vida, justamente por não conseguir ser feliz de verdade.

O “ego” cria um mundo de mentiras e nos faz habitar dentro dele. Neste mundo tudo o que nos cerca, e nos bajula não tem consistência verdadeira, e por isso, por mais bajulações que recebemos, não somos capazes de sermos felizes.

O mundo do “ego”, vende uma ideia de alegria, porém como essa alegria não vem de Deus, ela é falsa, alimentada em personagens desprovidos de integridade, preocupados em como manter-se no topo como o popular, sendo sempre a “melhor banda do último final de semana”. Para manter essa imagem, muitos se perdem na drogadicão, nos vícios ocultos, retro alinhando a sua fama na fantasia de uma perfeição que não existe.

O “ego”, também é uma clausura, de luxuria em uma ilusão de fama e bem estar. Muitas pessoas no egocentrismo vivem solitárias, cercada de bajuladores que atuam mais como um “sanguessuga hospedeiro”, que te dá os aplausos que você precisa, em troca de benefícios.

Os aplausos cegam, os elogios iludem, neste mundo como não existe a possibilidade de humanização, nem mesmo de fragilizar-se pra manifestar a própria força, o desejo de manter-se no topo, faz com que o ser humano viva na ilusão. Se um dia sua fragilidade for revelada, neste mesmo instante ele perde o pódio e inclusive todos os amigos; amigos esses que nunca existiram.

No “egocentrismo”,  o ser humano é incapaz de colocar-se no lugar do outro, o “ego” não sabe ouvir, não sabe acolher, não se doa, se realiza algo, o faz por interesses próprios. O “ego” sempre está em campanha: - eu fiz, eu doei, eu ajudei, porque eu, eu, eu, eu, eu...e, eu, etc.,

O “ego” sempre espera um troféu, se ele não vem a pessoa sofre.

Claro que existem casos extremos como os citados acima, e derrepente podemos até pensar que nada tem a ver com o nosso modo de viver. Porém todos eles foram construídos passo a passo no dia a dia, mesmo os extremistas viveram sutilmente pequenos “egos” e não se deram conta de que ao tirar o mérito da Vida de Deus, que vivifica o seu ser, e atribuírem a si, as honrarias aos poucos se distanciaram de sua Vida de Real Valor e passaram a viver essa vida sem consistência e felicidade.

No modelo de organização da Seicho-No-Ie, existe um esforço e um treino para não permitir que o “ego” reine em nossas atitudes. Lembro-me que quando fui presidente de Associação Local, eu sempre era elogiado pelos preletores, nunca me dei conta do perigo que corria com os elogios. Talvez em algum momento possa ser que eu também não tenha aprendido direito à lição, porque na organização funciona assim, hoje a gente dorme presidente e amanhã acorda adepto, e agora? Quem irá me elogiar? (rs)

Quando deixei de ser presidente e virei tesoureiro, me senti diminuído. Mais tarde entendi a importância de que tudo o que realizados é Graças a Deus, e ainda continuo me esforçando para não me esquecer do legítimo autor da obra.

E, como é estranho o sentimento de sentir-se diminuído. Inferior a que? Para quem? Realmente o “ego” tira a alegria do dia a dia.

É comum também aquele que vive no “ego” sempre utilizar-se de sua visão de mundo, para julgar as outras pessoas, ele está sempre tentando corrigir, tentando orientar, tentando ajudar, mas não pelo senso de servir, mas sim porque é só ele quem sabe. No “ego” ele é tão cego que não consegue reconhecer nada de belo no outro.

Como é triste essa falta de sensibilidade em perceber que em tudo existe um valor, a Vida de Deus operando e manifestando-se.

Quando fui aprovado no exame para Aspirante a Preletor da Sede Internacional, o Prof. Yoshio Mukai, maior autoridade religiosa na Seicho-No-Ie para a América Latina, me chamou em sua sala para uma entrevista.  Nesta entrevista uma das perguntas foi: Ariovaldo, você sabe o que é ser Aspirante da Sede Internacional?  Lembro-me de ainda estar no calor da emoção pelo fato de ter sido aprovado, e de não estar preparado para responder tal pergunta. Calei-me em reflexão e não encontrei a resposta.

Sua resposta foi simples: - que você agora deve ser mais humilde.

Ele ainda brincou, não pense que agora as pessoas terão que carregar a sua mala, arrumar a sua cadeira, por exemplo, muito pelo contrário nas regionais que você visitar, seja você a arrumar as cadeiras das pessoas que chegam a Seicho-No-Ie.  Tenho buscado este modo de servir.

Logo, depois deste acontecimento participei de uma Convenção Nacional da Seicho-No-Ie no Ginásio da Portuguesa, em São Paulo, nesta convenção eu era responsável pela entrada das bandeiras dentro da cerimônia de abertura.

Quando terminou o evento, por um momento, pensei que a minha função fosse apenas guardar as bandeiras e mais nada, só que quando olhei para o lado, lá estava a Diretora Presidente da Seicho-No-Ie Preletora da Sede Internacional, maior autoridade religiosa dentro da Seicho-No-Ie no Brasil, professora Marie Murakami, carregando latões de lixo, e limpando todo o local e a função dela no evento era apenas de "Orientadora Responsável".

No livro referido o Professor Seicho Taniguchi, nos ensina que viver de modo natural, ou seja com o coração puro e livre, também é “anular completamente o ego”

Quando compreendermos que recebemos uma vida realmente maravilhosa de Deus, teremos capacidade de agradecer e viver com o sentimento natural ou seja vamos viver com o coração limpo e puro que recebemos de Deus.

Assim, não nos cegaremos, perante os louvores, justamente por compreender que essas honrarias são para Deus, pois foi dele que recebemos a capacidade.

“Quando uma pessoa extingue completamente o seu ego, manifesta-se o seu “verdadeiro eu”, que jamais se extingue, ele se manifesta como verdadeira personalidade dessa pessoa, como Filho de Deus.  Então, essa pessoa revela o seu “sentimento natural”, ou seja, o coração limpo e livre que ela recebeu de Deus, e pode viver uma vida realmente maravilhosa. Extinguir completamente o nosso ego significa extinguir o nosso “falso eu”. Portanto não significa anularmo-nos completamente, mas sim tornarmo-nos seres humanos verdadeiros, revelarmos o nosso verdadeiro aspecto”. pp. 13 edd. 3.a


Graças a Deus!

Ariovaldo Adriano Ribeiro

fotos by Ariovaldo Ribeiro